Reino de Portugal: Dinastia de Bragança II
A expansão das ideias liberais após as invasões francesas do início do século XIX gerou conflitos políticos entre os vários setores da sociedade portuguesa. Em 1820 uma revolta no Porto de cariz liberal obrigou o rei D. João VI a regressar do Brasil, onde residia a corte, para apaziguar as tensões sociais. Os seus poderes seria, no entanto, fortemente limitados pela promulgação da primeira Constituição Portuguesa em 1822 que entregou o poder político ao parlamento. Aumentou a resistência daqueles que pretendia recuperar as prerrogativas régias anteriores, o que tornou inevitável o conflito entre ambos as parte: os absolutistas e os liberais. Entre 1832 e 1834 Portugal foi palco de uma guerra civil que onde se enfrentaram os dois filhos de D. João VI: D. Pedro IV, que liderava o exército liberal, e D. Miguel, que liderava as forças absolutistas.
Após o fim da guerra civil, a Monarquia Constitucional consolidou-se, tendo sido abolidas várias instituições do Antigo Regime, tais como as ordens religiosas ou a Casa das Rainhas. Começou a investir-se no desenvolvimento económico do reino, que passava sobretudo pela industrialização da economia e pela exploração colonial dos territórios africanos.
No final do século XIX, a ocupação dos territórios entre as colónias de Angola e Moçambique chocou com os interesses do Império Britânico, obrigado a monarquia portuguesa a abdicar dos seus projetos expansionistas. A retirada portuguesa fez crescer o descontentamento contra a monarquia entre parte da sociedade, beneficiando, assim, o crescimento do Partido Republicano Português. Em 1908 o rei D. Carlos I e o príncipe D. Luís Filipe foram assassinados, fragilizando ainda mais a monarquia. No início de outubro de 1910, o partido republicano organizou uma revolta contra a monarquia que se traduziu na proclamação da República no dia 5 de outubro e na expulsão da família real. Ao fim de 767 anos, a monarquia portuguesa foi extinta em Portugal.