Saída de António Pedro do TEP
Herdeiro da experimentação do pós-guerra nos anos cinquenta, o Teatro Experimental do Porto (TEP) será o único sobrevivente dos grupos criados nesse período, carregando, praticamente, sozinho a bandeira do teatro de arte durante as décadas de cinquenta e sessenta – momento em que começará a tomar forma um movimento de teatro independente em Portugal.
António Pedro criou no coletivo portuense uma verdadeira escola de atores que virão a marcar o teatro em Portugal pelo seu inegável comprometimento artístico, tais como João Guedes, Dalila Rocha, Baptista Fernandes, Vasco de Lima Couto, Nita Mercedes, Madalena Braga, Fernanda Gonçalves, José Braz, Pedro Santos e Mário Jacques.
O TEP foi também um espaço privilegiado de experimentação ao nível da cenografia e da iluminação, sentindo-se em algumas criações o eco atilado dos ensinamentos de Gordon Craig ou Adolphe Appia. O cuidado e exigência que colocava na dimensão plástica dos seus espetáculos atraía para as suas equipas artísticas alguns dos mais notáveis nomes das artes plásticas e/ou da arquitetura, tais como Ângelo de Sousa, Augusto Gomes, Mário Bonito ou Júlio Resende.
Pedro permaneceu no TEP até 1961, estreando o seu último espectáculo a 10 de Fevereiro, e saindo num processo controverso que incluía motivos económicos e conflitos de vária ordem. A saída de António Pedro fez repensar o futuro do TEP, colocando como diretor artístico o ator João Guedes.
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