O Teatro António Pedro
O Teatro de Algibeira ou Teatro de Bolso, construído em 1956 num prédio arrendado da propriedade da União de Bancos Portugueses (localizado na Rua do Ateneu Comercial do Porto junto ao Restaurante Abadia), foi renomeado, em 1971, Teatro António Pedro, mantendo as suas instalações até 1980.
Depois da revolução de abril, abre-se caminho para o estabelecimento do movimento de teatro independente, profundamente marcado por um combinado de teatro de tradição brechtiana e neorrealista. Com o estabilizar do fervor revolucionário, a independência conquistada face às bilheteiras por força de um financiamento mais regular à cultura e uma vez livre da intromissão do Estado na seleção ou condicionamento dos reportórios, o teatro em Portugal foi ganhando espaço e liberdade para constituir uma cena avidamente permeável a formas novas e a processos de cariz experimental.
O reportório do TEP neste período não escapou ao tom geral de procura de textos que pudessem dialogar com o cenário pós-revolucionário, com o intuito de trazer para o convívio do público em Portugal alguns dos maiores nomes da dramaturgia nacional e universal, na sua maioria inéditos em palcos nacionais. Federico Garcia Lorca, Nicolau Gogol, Samuel Beckett, Jaime Salazar Sampaio, Angelo Beolco (Ruzante), Peter Weiss, Georg Büchner, Bertolt Brecht, Fernando Arrabal, Slawomir Mrozek, Norberto Ávila, são apenas alguns dos mais sonantes exemplos; em espetáculos dirigidos por artistas como José Cayolla, Carlos Cabral, Julio Castrunuovo, Correia Alves, Angel Facio, Roberto Merino, João Lourenço, Mário Jacques, Jorge Pinto ou Xosé Blanco Gil.
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