“Tomo” e “Faraw ka taama”
Tomo, Bakary Diallo
Pelos olhos de uma personagem perturbada, vemos um vilarejo abandonado tomado por fantasmas em chamas. Como se agarrados à realidade, eles seguem desempenhando suas atividades diárias. Inspirada no significado da palavra “tomo” que na língua Bambara, significa território devastado pela guerra, a obra trata da violência real e simbólica do conflito político.
Veja aqui um comentário de Diallo sobre a obra durante o 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil em 2013.
Veja também uma fala de Renée Akitelek Mboya (Nairóbi, 1986), escritora e curadora dedicada à pesquisa sobre o racismo na produção de imagens.
Durante a mostra competitiva Panoramas do Sul do 17º Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil, em 2011, o artista gravou um depoimento sobre o trabalho. Veja aqui o vídeo.
Em 2014, ano em que Diallo faleceu, a Associação Cultural Videobrasil presta homenagem ao artista maliano, apresentando uma seleção de vídeos, entrevistas e registros, reunidos a partir de sua participação nas 17ª e 18ª edições do Festival, com as obras Les Feuilles d'un temps (2010) e Tomo (2012), respectivamente.
Bakary Diallo (Kati, Mali, 1979 – Mali, 2014)
Trabalhando sobretudo com vídeo, usa elementos da vida cotidiana para construir narrativas sintéticas que com frequência questionam os efeitos da violência. Apresentou filmes em mostras na África, Europa e Américas. Frequentou o Le Fresnoy – Studio national des arts contemporains. Faleceu em um desastre aéreo, a caminho do Brasil.
Faraw ka taama, Seydou Cissé
Com um chicote, um menino move pedras na ponte de Markala, erguida ao custo de muitas vidas durante o domínio colonial francês no Mali. Utilizando animação para dar visualidade ao animismo, o filme entrelaça lenda e história, e homenageia as vítimas da colonização. O passado mágico ressurge como força criadora, capaz de mover minérios.
Veja aqui uma outra imagem da obra e um comentário do artista durante o 20º Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil em 2017.
Veja o episódio do Acervo Comentado VB, em que a embaixadora Irene Vida Gala fala sobre a história e a cultura do Mali. Retomando feitos e características do Império do Mali, ela comenta o vídeo Faraw ka taama.
Seydou Cissé (Mopti, Mali, 1981)
Recorrendo a linguagens diversas, como vídeo, instalação, pintura e escultura, o artista reinventa visualmente o animismo da cultura ancestral de seu país. Memórias de sua terra natal, materiais tradicionais, como palha e madeira, e referências às tradições dogon estão entre os elementos que se entrelaçam em suas obras.
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