Bienal de Veneza
A fruição de obras de arte passou por diversas mudanças ao longo da história humana. Desde a forma como os trabalhos eram apresentados espacialmente, até suas próprias técnicas, estilos e motivações conceituais.
O ato de colecionar foi um forte impulsionador das iniciativas de arte como os Gabinetes de Curiosidade e os Salões Parisienses. Ambos são exemplos iniciais de museus, que abriram caminho para que eles fossem estruturados da forma como conhecemos hoje.
Nesse sentido, também foram criadas as primeiras mostras de arte. Historicamente, elas surgem no contexto pós-Museus modernos, mas são manifestações que movimentam o cenário da arte, principalmente por inovarem através de sua estrutura e proposta. A Bienal de Veneza, o primeiro e mais antigo evento de arte ainda hoje realizado, surge no séc. XIX, em 1895.
Como o próprio nome da mostra sugere, ela é realizada a cada dois anos. A Bienal tem como principal proposta trabalhar e pensar a arte de forma ampliada, por isso, ela se organiza de forma multidisciplinar, sendo subdividida em setores:
Arquitetura
Cinema
Dança
Música
Teatro
Na Bienal, as propostas artísticas acontecem em pavilhões. A prática foi ativada em 1907 quando a mostra começou a receber a participação de diversos países. Edifícios foram projetados e construídos com esse fim, em uma área reservada ao evento.
Ao longo das décadas a Bienal foi moldada e impactada por diversos acontecimentos históricos. No período que antecede a I Guerra Mundial por exemplo, predominavam as artes decorativas, já no pós-Guerra (1919) as obras apresentadas eram produções expressivas da Arte Moderna.
A organização do evento, nas três primeiras décadas, era realizada pela Prefeitura de Veneza. Essa realidade muda no início da década de 1930, já que a Mostra passa a ser controlada pelo governo Italiano, na época da ditadura facista de Mussolini. Menos de uma década depois, a realização da Bienal é suspensa em função da II Guerra Mundial e só seria retomada em 1948. Consolidando-se como um importante evento artístico, abrigaria as mais diversas tendências renovadoras da arte, desde o expressionismo abstrato nos anos 1950, a Pop-art nos anos 1960 e as manifestações artísticas contemporâneas de forma geral, que ocorriam em diferentes cantos do mundo.
A Bienal de Veneza foi um importante marco para a criação de outras grandes exposições pelo mundo e a primeira, após Veneza, foi a Bienal de São Paulo, que realizou sua primeira edição em 1951.
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