"A Lenda de Gaia" e a Comunidade
Como pedra de toque para o percurso de Norberto Barroca na direção artística do Teatro Experimental do Porto, marcado pela forte intervenção comunitária, encontramos a Lenda de Gaia. Espetáculo inaugural na passagem da companhia para a outra margem do rio Douro, trata-se de uma versão de Manuela Machado sobre o texto homónimo de Almeida Garrett, desenvolvida a partir do contacto direto com a cidade de Gaia e a sua população. Assim, para além do elenco de atores profissionais do TEP, participaram no espetáculo 102 figurantes, oriundos de diversas coletividades sediadas no concelho de Gaia.
Nesta encenação, repete-se a colaboração de Norberto Barroca, na cenografia, e Mário Dias Garcia, nos figurinos, juntando-se, porém, Ruben Marks na coreografia; um trio que irá repetir-se noutras produções, como As Preciosas Ridículas, de Molière, e É Uma Só a Liberdade, ambas estreadas no mesmo ano de 1999, destacando-se, ainda, na última, a participação de Paulino Garcia na composição musical.
O espetáculo foi apresentado fora de portas, fazendo uso de espaços públicos, como o Cais de Gaia, tendo, contudo, como data de estreia oficial o dia 15 de julho de 1999, no Parque de Exposições de Gaia. Local onde, paralelamente, foi apresentada uma exposição retrospetiva, dedicada ao já então longo historial da companhia.
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