“Mover o Branco/Esgotamento”
Mover: [...] transitivo direto e pronominal, fazer deslocar ou deslocar-se; fazer mudar ou mudar de lugar ou de posição [...]
Branco: [...] adjetivo, substantivo masculino, por analogia que ou o que tem cor clara ou pálida, em confronto com um da mesma espécie, de cor mais escura [...]
Esgotamento: [...] substantivo masculino, ato ou efeito de esgotar-se; esgotadura, esgote, esgoto [...]
Corpo:
[...] substantivo masculino, estrutura física de um organismo vivo (esp. o homem e o animal), englobando suas funções fisiológicas [...]. Corpo que luta contra o legado doméstico herdado do período escravocrata, profundo conhecedor do local em que foi alocado dentro de uma sociedade fundamentada em processos eurocêntricos, brancos. Corpo que se move na tentativa de re/construir. Corpo que se esgota e no processo de esgotar-se se renova. “Corpo revoltado” que encara as pedreiras desde quando elas eram apenas tidas como físicas, e move-se e esgota-se e renova-se e move-se e renova-se e esgota-se e move-se [...] Por fim, entregue ao processo devastador de uma civilização à míngua de sua própria existência, corpo que na pedreira encontra-se com a certeza de que corpos similares ao seu, explorados cotidianamente, tomarão de volta seus espaços, suas vidas.
Geovanni Lima (Belo Horizonte, MG, 1988)
Geovanni Lima é artista visual e performer, pesquisador e educador. Trabalha a partir da investigação das relações entre corpo, sociedade e subjetividades, articulando questões sobre os marcadores que seu corpo sofre enquanto homem negro, em íntimo diálogo com seus acervos memoriais e dentro de uma concepção de performance que amalgama sua trajetória como artista com sua biografia. Doutorando e Mestre em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e licenciado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), com participação em diversos eventos de arte, como, por exemplo, o XI Encuentro Internacional do Hemispheric Institute, da New York University (NYU) (2019); a p.ARTE nº 42, da Plataforma de Performance Arte no Brasil (2019); e a Residência e Festival Corpus Urbis – 4ª edição – Oiapoque/AP, realizado pelo Coletivo Tenso(A)tivo com recursos do Rumos Itaú Cultural (2018). Como produtor cultural, é um dos propositores do projeto Performe-se – Festival de Performance (2015, 2017) e coordena o Festival Lacração – Arte e Cultura LGBTQIA+ (2019, 2021), ambos realizados no Espírito Santo.
Conheça o site do artista.
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