Portugueses recuperam a Bahia dos holandeses
Descrição
Jornada dos Vassalos é a denominação dada à expedição de uma poderosa armada luso-espanhola, enviada em 1625 pela Corte de Espanha, para reconquistar Salvador da Bahia, então capital do Estado do Brasil, no contexto da primeira das invasões holandesas do Brasil.
Constituiu-se na maior Armada até então enviada ao hemisfério sul, integrada por cinquenta e dois navios transportando quase quatorze mil homens, sob o comando de D. Fadrique de Toledo Osório, Capitão Geral da Armada do Brasil. Esses navios bloquearam o porto de Salvador, obtendo a rendição holandesa e a sua retirada a 1 de maio desse ano.
História
Em 1624 a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (WIC), criada em 1621, havia atacado a capital do Estado do Brasil, esperando com isso assenhorear-se da Região Nordeste e seu açúcar. Na ocasião. o Governador-Geral, Diogo de Mendonça Furtado, foi capturado e o governo passou para as mãos de Johan van Dorth. A resistência reorganizou-se a partir do Arraial do rio Vermelho, contendo os invasores no perímetro urbano de Salvador.
No ano seguinte (1625), alarmada com a ameaça da perda da lucrativa produção de açúcar e para pacificar os portugueses, cujo império se vinha reduzindo sob a Dinastia Filipina, a Coroa espanhola enviou uma poderosa armada combinada, sob o comando de D. Fadrique de Toledo Osório, e para a parte portuguesa, do general das armadas da costa de Portugal D. Manuel de Meneses, à qual se uniram sete caravelas da Capitania de Pernambuco sob o comando de Francisco de Moura Rolim.
Em Pernambuco e em Portugal haviam sido preparadas expedições de socorro, que precederam a esquadra luso-espanhola. Matias de Albuquerque, Governador da Capitania de Pernambuco, foi nomeado Governador-Geral, enviando de Olinda expressivos reforços para a guerrilha sediada no Arraial do rio Vermelho e no Recôncavo. Já Salvador Correia de Sá e Benevides seguira num comboio de 30 navios comandando a nau Nossa Senhora da Penha de França, com combatentes e mantimentos. No Rio de Janeiro recebera do Governador, seu pai, a incumbência de recrutar homens na capitania de São Vicente antes de rumar à Bahia. Nesta expedição, arriscada diante do domínio neerlandês dos mares, recrutou cerca de 200 homens, embarcados em duas caravelas e três canoas de guerra, e rumou a Salvador. Na Bahia, tendo chegado poucos dias antes ao campo dos invasores, distinguiu-se na conquista da praça a 1 de Maio de 1625. Na vitória teve também um papel destacado a destreza dos índios arqueiros trazidos por Salvador de Sá dos aldeamentos de jesuítas das Capitanias do Rio de Janeiro e São Vicente.
O enorme gasto da WIC com a fracassada invasão a Salvador foi recuperado quatro anos mais tarde, num audacioso ato de corso quando, no mar do Caribe, o Almirante Piet Heyn, a serviço da WIC, interceptou e saqueou a frota espanhola que transportava o carregamento anual de prata extraída nas colônias americanas, permitindo uma nova invasão, desta vez à Capitania de Pernambuco, que se estendeu de 1630 a 1654.
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