Descoberta do Brasil
RTP:
A esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral, dirigia-se para a India, mas, pelo caminho, descobriu o Brasil. Esta descoberta é por vezes referida como acidental, mas muitos historiadores discordam.
A segunda frota com destino à India, depois do regresso de Vasco da Gama, era constituída por 13 navios e mais de 1000 homens.
Antes de dobrar o Cabo da Boa Esperança o comandante da esquadra, Pedro Álvares Cabral, fez um desvio no Atlântico que o levou até à costa do Brasil, onde aportou a 22 de Abril de 1500.
A descoberta foi anunciada como acidental, mas muitos historiadores acreditam que o desvio foi intencional e os portugueses já conheciam a localização do novo continente.
Informações adicionais:
Descoberta ou descobrimento do Brasil refere-se, na historiografia luso-brasileira, à chegada da frota comandada por Pedro Álvares Cabral ao território denominado Ilha de Vera Cruz (terras que hoje compõem o território do Brasil), ocorrida no dia 22 de abril de 1500. Tal descoberta faz parte dos descobrimentos portugueses.
Embora quase exclusivamente utilizado em relação à viagem de Pedro Álvares Cabral, o termo "descoberta do Brasil" pode também aplicar-se à chegada da expedição do navegador e explorador espanhol Vicente Yáñez Pinzón, que atingiu o cabo de Santo Agostinho, promontório localizado no atual estado de Pernambuco, em 26 de janeiro de 1500. Trata-se da mais antiga viagem comprovada ao território brasileiro.
A nomenclatura deste evento histórico considera o ponto de vista dos povos do chamado "Velho Mundo", que tinham registros na forma de História (escrita), e portanto se trata de uma concepção de História eurocentrada. Marca-se então o início de uma colonização portuguesa em territórios que posteriormente formaram o Brasil, por uma construção social, mais especificamente política.
A armada de Pedro Álvares Cabral
Para selar o sucesso da viagem de Vasco da Gama na descoberta do caminho marítimo para a Índia — que permitia contornar o Mediterrâneo, então sob domínio dos mouros e das nações italianas —, o rei D. Manuel I se apressou em mandar aparelhar uma nova frota para as Índias. Uma vez que a pequena frota de Vasco da Gama tivera dificuldades em impor-se e comerciar, esta seria a maior até então constituída pelo Ocidente, sendo composta por treze embarcações e mais de mil homens. Com exceção dos nomes de duas naus e de uma caravela, não se sabe como se chamavam os navios comandados por Cabral. Estima-se que a armada levasse mantimentos para cerca de dezoito meses.
Aquela era a maior esquadra até então enviada para singrar o Atlântico: dez naus, três caravelas e uma naveta de mantimentos. Embora não se saiba o nome da nau capitânia, a nau sota-capitânia, capitaneada pelo vice-comandante da armada Sancho de Tovar, se chamava El Rei. A outra cujo nome permaneceu é a Anunciada, comandada por Nuno Leitão da Cunha. Esta última pertencia a Dom Álvaro de Bragança, filho do duque de Bragança, e fora equipada com os recursos de Bartolomeu Marchionni e Girolamo (ou Jerônimo) Sernige, banqueiros florentinos que residiam em Lisboa e investiam no comércio de especiarias. As cartas que eles trocaram com seus sócios e acionistas italianos preservaram o nome do navio.
Conservou-se ainda o nome da caravela capitaneada por Pero de Ataíde, a São Pedro. A outra caravela, comandada por Bartolomeu Dias, teve o seu nome perdido. A armada era completada por uma naveta de mantimentos, comandada por Gaspar de Lemos. Coube a ela retornar a Portugal com as notícias sobre a descoberta do Brasil.
Baseado em documento incompleto que localizou na Torre do Tombo, em Lisboa, Francisco Adolfo de Varnhagen identificou cinco das dez naus que compunham a frota cabralina. Seriam elas Santa Cruz, Vitória, Flor de la Mar, Espírito Santo e Espera. A fonte citada por Varnhagen nunca foi reencontrada, portanto a maioria dos historiadores prefere não adotar os nomes por ele listados. A armada, assim, continua quase anônima.
Outros historiadores do século XIX declararam que a nau capitânia de Cabral era a lendária São Gabriel, a mesma comandada por Vasco da Gama na histórica viagem em que se descobriu o caminho marítimo para as Índias, três anos antes. Entretanto, não existem documentos para comprovar a tese.
Pouco antes da partida, el-Rei mandou rezar uma missa, no Mosteiro de Belém, presidida pelo bispo de Ceuta, D. Diogo de Ortiz, em pessoa, onde benzeu uma bandeira com as armas do Reino e entregou-a em mãos a Cabral, despedindo-se o rei do fidalgo e dos restantes capitães.
Vasco da Gama teria tecido considerações e recomendações para a longa viagem que se chegava: a coordenação entre os navios era crucial para que não se perdessem uns dos outros. Recomendou então ao capitão-mor disparar os canhões duas vezes e esperar pela mesma resposta de todos os outros navios antes de mudar o curso ou velocidade (método de contagem ainda atualmente utilizado em campo de batalha terrestre), dentre outros códigos de comunicação semelhantes.
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