Exposição como lugar
Chamamos de expografia o projeto arquitetônico que compõe a parte visual de uma exposição de arte: pintura, iluminação, identificação dos trabalhos, suportes para as obras. Esse trabalho, normalmente realizado por arquitetos, designers e artistas, tem, para além de seus aspectos técnicos e construtivos, um componente de criação. O projeto expográfico, quando desenvolvido juntamente aos curadores e artistas de uma exposição, pode gerar ambiências imersivas, contribuir para a compreensão de um determinado conceito, atender a demandas de públicos específicos e de projetos educativos, entre outras possibilidades.
Se por um lado esse tipo de projeto costuma estar diretamente ligado a exposições maiores, com orçamento igualmente mais fartos, por outro, há uma série de soluções e estratégias que são comumente desenvolvidas por criadores em geral, que pensam a exposição como possibilidade para seus trabalhos acontecerem.
A Bienal de Veneza (1895) é uma importante referência de uma instituição que contribuiu para repensar não só questões sobre montagem de exposições e suas escolhas temáticas, mas também toda a concepção do espaço expositivo de arte. Ao longo das décadas, as bienais passaram a encorajar a busca por um espaço contínuo e livre de interferências nas obras expostas. De um ponto de vista estético, o que se observou a princípio, nas galerias e museus do século XIX, como no Louvre, foi dando lugar a montagens mais imersivas, convidando ao mergulho dos visitantes nas obras. As feiras de arte e Bienais também teriam sido importantes para a determinação de arranjos focados em trabalhos individuais e da divisão da exposição em suportes (pinturas de cavalete, esculturas em pedestais). Mais adiante, não só organizações cronológicas, como agrupamentos em núcleos narrativos se tornaram lugares-comuns em projetos curatoriais e expográficos, como forma de guiar a experiência de visitação.
A seguir, apresentamos alguns exemplos importantes que mudaram a forma de apresentação de trabalhos no espaço da exposição.
Evento - Kasimir Malevich na Última exposição futurista (1915)
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