Começa o cerco de Lisboa
Cerco de Lisboa (1384)
O terceiro cerco de Lisboa foi imposto pelas forças de Castela em 1384 e durou 4 meses e 26 dias.
D. Fernando I morreu a 22 de outubro de 1383 deixando Portugal numa situação débil visto que só tinha uma filha: D. Beatriz, que estava casada com o rei de Castela (crise dinástica de 1383-1385). Diante da revolta popular devido ao receio da perda da independência, foi aclamado o Mestre de Avis como Regedor e Defensor do Reino.
É descrito por Fernão Lopes (Crónica de el-rei D. João I, entre os capítulos CXIV e CL), o cerco à cidade, descrevendo as medidas defensivas, entre as quais:
A cerca era amparada por 77 torres, no topo das quais foram montados caramanchões de madeira, que visavam otimizar a defesa;
Os muros da cerca eram rasgados por 38 portas. A mais crítica era a chamada Porta de Santa Catarina, defronte da qual se estabeleceu o acampamento de Castela e defronte à qual se registava o maior número de contendas;
O lado da Ribeira era defendido por duas grossas estacadas, desde as águas do rio até ao pé da cerca;
Uma estacada dobrada defendia o Caminho de Santos, por baixo da Torre da Atalaia;
Uma estacada dobrada, no lado oposto da cidade, estendia-se junto ao muro dos fornos de cal, na direção do Mosteiro de Santa Clara;
Encontrava-se em construção, mesmo durante os combates, um troço da barbacã, defronte ao acampamento castelhano, desde a Porta de Santa Catarina até à Torre de Álvaro Pais, no comprimento de dois tiros de besta;
A frota vinda do Porto conseguiu penetrar a linha defensiva da frota inimiga, trazendo poucos alimentos à cidade e fortalecendo a guarnição. No combate naval, então travado contra as galés castelhanas, foram capturadas duas naus portuguesas e a galé real;
O cerco de Lisboa foi levantado a 3 de setembro de 1384 devido, sobretudo a uma epidemia que assolou o exército Castelhano, causando muitas baixas; houve também ataques na periferia do cerco por parte de forças do exército de D. João, Mestre de Avis, forças essas chefiadas pelo fronteiro do Alentejo, Nuno Álvares Pereira.
Finalmente o povo de Lisboa encontrava-se seguro e livre de perigo.
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