Batalha de Toro
A batalha de Toro deu-se a 1 de março de 1476, durante a Guerra de Sucessão de Castela, entre as tropas portuguesas e as castelhanas joanistas de D. Afonso V e as castelhanas isabelinas de Fernando II, rei de Aragão, Leão e Castela.
O soberano português foi a campo defender os direitos da sua sobrinha, Joana, a Beltraneja, rainha consorte de Portugal. Na batalha distinguiram-se: o príncipe D. João (que viria a reinar como João II de Portugal), Gonçalo Pires, e Duarte de Almeida, o alferes-mor do rei, a quem estava confiada a bandeira portuguesa.
A luta ocorreu entre as tropas isabelinas de Leão e Castela, reforçadas por quatro grandes divisões e as tropas portuguesas, reforçadas pelas do conde de Monsanto, do duque de Guimarães, do conde de Vila Real e pelas tropas castelhanas joanistas do arcebispo de Toledo. As tropas isabelinas estavam em desvantagem numérica, mas as tropas portuguesas mergulharam numa desordem e abandonaram o pavilhão real.
Na luta que se seguiu pela sua posse, Duarte de Almeida, num esforço denodado, cercado pelo inimigo, ergueu uma vez mais o pavilhão, defendendo-o com heroica bravura. Uma cutilada cortou-lhe a mão direita, mas indiferente à dor, o alferes-mor empunhou com a esquerda o estandarte e deceparam-lhe essa mão também. Desesperado, tomou o estandarte nos dentes e resistiu até cair moribundo. Os isabelinos apoderaram-se então da bandeira, mas Gonçalo Pires conseguiu recuperá-la. Este ato de heroicidade foi admirado até pelos próprios inimigos. Inutilizado de ambas as mãos, passou a ser conhecido por “O Decepado”.
A última fase da batalha registou-se quando as forças de D. João se reorganizaram e voltaram a investir sobre as forças de Fernando de Aragão. O contra-ataque joanista dissipou as forças isabelinas, ganhando o campo de batalha. Enquanto isso, os isabelinos recuaram para a proteção das muralhas de Zamora. Conforme era normal pelas regras da guerra naquela época, permaneceram no campo de batalha desde o dia 2 até ao dia 5 de março, como sinal inequívoco da vitória.
Na realidade o resultado da batalha foi inconclusivo. Do ponto de vista estratégico, a batalha de Toro marcou o momento em que se tornou claro que Portugal não tinha forças e nem apoios suficientes para garantir os direitos da princesa Joana à coroa de Castela, assegurando a união das duas coroas sob a égide de um monarca português.
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