Os Museus de hoje

Dos Gabinetes de Curiosidades do séc. XVI até os museus modernos de hoje, no séc. XXI, muitos foram as transformações que moldaram a sociedade, e consequentemente, a própria produção artística,  relação humana com a arte, o papel que ela cumpre na sociedade, os lugares que ela ocupa e as reflexões que gera.  

Gabinetes de Curiosidades, Salões Parisienses e Cubo Branco são grandes exemplos de como a arte e o sentido apresentado através das produções artísticas se relacionam com a arquitetura do espaço que ocupam, com a sociedade e os acontecimentos que a rodeiam. 

Na atualidade não é diferente, os Museus do séc. XXI continuam gerando sentido através de suas obras que se relacionam com espaço de diferentes formas, e implicam cada vez mais nas questões sociais vividas pelo ser humano. Hoje é muito comum a arte ocupar lugares que não foram pensados originalmente como espaços expositivos, convertendo esses locais em museus ou galerias. 

É fácil pensar em alguns exemplos ao redor do mundo: Coliseum (Itália), Palácio de Versalhes (França) e Museu de Auschwitz (Polônia) são alguns, o ponto em comum entre eles é justamente o fato de terem sido idealizados para finalidades distantes do  propósito artístico. Ao longo da história, essas grandes construções  foram sendo moldadas, ampliadas e ressignificadas, e hoje assumem novos usos, ao abrigar e expor obras de artes.

A reconfiguração desses espaços, prova o quanto a obra de arte pode transformar o lugar que ocupa, atribuindo novos significados e reflexões. 

Nesse contexto, os museus e as galerias, exemplos de Instituições de arte, antes vistos como lugares “sacralizados” para a contemplação de obras, também passaram por transformações. Mudanças que fazem com que sirvam a outros propósitos além de espaços para o patrimônio e a memória. Atualmente, dedicam-se muito mais do que a visitação às exposições: é comum a oferta de programas e atividades que conectam o público com a arte para além da contemplação das obras, levando o visitante a interação, estudo e reflexão sobre diferentes temas. 

Recentemente, em 2021, em debates sobre o futuro dos museus, o Conselho Internacional de Museus - ICOM, pautou o uso dos recursos e soluções digitais como importante chave ao processo de reinvenção do museu e alcance de novos públicos. Demanda esta que foi acelerada pela pandemia mundial do Covid-19, mas que aponta para um cenário de transformação na relação dos museus com seus visitantes e com o espaço que as produções artísticas ocupam na sociedade.

Essa configuração mais atual dos museus pode ser observada por meio  de programas realizados pelo Museu de Arte de São Paulo - MASP (Brasil), Museu de Serralves (Portugal) e o Museu Reina Sofia (Espanha).

Os exemplos ilustram programas que cumprem um papel mais próximo do Museu com a sociedade, é também um espaço de discussão, oferecendo cursos, palestras, oficinas, além de festivais, ações com as comunidades e outras atividades que se propõem em ir além do espaço físico do museu.