MASP (São Paulo)
O Museu de Arte de São Paulo, inaugurado em 1949 na cidade de São Paulo, é um projeto da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992). Hoje um verdadeiro marco na paisagem da cidade, utilizou o que havia de mais moderno na época em termos de tecnologias construtivas, a edificação foi toda projetada em concreto armado, elemento-ícone do modernismo.
Uma característica importante do projeto arquitetônico foi a criação de um vão livre sob os pilotis do museu, convidando à participação pública ao criar uma praça de livre acesso.
Para a sala de exibição da coleção, Bo Bardi criou um sistema expositivo revolucionário: os Cavaletes de Cristal, sistema conhecido em todo o mundo. Os suportes permitem a visualização do verso das obras, revelando assinaturas e molduras, e faz com os trabalhos pareçam flutuar pelo espaço. Veja como, neste vídeo.
Outra questão que merece destaque é a relação estabelecida entre o museu e a cidade. A criação de Bo Bardi ainda hoje é um dos principais cartões postais de São Paulo, reforçando, através de sua arquitetura imponente, os vínculos afetivos entre a construção e os visitantes. Quem visita o Masp vivencia uma experiência que vai além da apreciação das exposições, o edifício em si é uma grande obra de arte para ser apreciada.
Essa grandiosa obra arquitetônica compõe de forma moderna a paisagem da Avenida Paulista, famosa avenida da cidade, reforçando o peso que a relação entre o edifício e a grande metrópole, tem na experiência de quem visita o Museu. Pode-se dizer que, é impossível conhecer o Masp sem experimentar também a cidade, se deliciando com a atmosfera moderna criada por São Paulo. Se você já esteve no Masp sabe bem do que estamos falando, e se não esteve, basta observar alguns detalhes, como por exemplo, a arquitetura do vão central do Museu. A estrutura do vão central permite que as pessoas tenham uma visão ampla do Centro de São Paulo, é uma área aberta, que recebe atividades ligadas ao cotidiano da cidade.
Além disso, para chegar ao Masp é preciso passar pela AV Paulista, e seja de carro ou a pé, passar pela Avenida é imergir em um passeio cultural, com uma diversidade de atividades acontecendo (artística, comercial, empresarial, etc), com imensas obras arquitetônicas ao longo das margens da Avenida, com o movimento frenético dos carros, das bicicletas, e claro, das pessoas, que podem ser de diferentes cantos do mundo.
O museu estabelece uma relação com a cidade, mas também com as questões sociais que tocam as pessoas. Em 2018, o museu deu um passo importante no debate sobre revisão histórica, ao organizar, em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, Histórias Afro Atlânticas. Misto de exposição e publicação, contou com uma vasta programação online de atividades, e foi organizada com uma equipe de curadores composta por Adriano Pedrosa (diretor artístico do MASP), Ayrson Heráclito (artista e curador), Hélio Menezes curador; Lilia Moritz Schwarcz (antropóloga, curadora-adjunta de histórias, MASP) e Tomás Toledo (curador, MASP).
Promovendo uma grande reflexão sobre os fluxos migratórios durante os períodos coloniais, em um processo de pesquisa que levou cerca de dois anos, Histórias Afro-atlânticas foi apresentada em oito núcleos temáticos com “diferentes temporalidades, territórios e suportes, nas duas instituições que organizam o projeto. No MASP: Mapas e margens, Cotidianos, Ritos e ritmos e Retratos, Modernismos afro-atlânticos e Rotas e transes: Áfricas, Jamaica e Bahia; no Instituto Tomie Ohtake: Emancipações e Resistências e ativismos”.
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