A pesca e o comércio marítimo na baía de Sepetiba
A pesca e o comércio marítimo na baía de Sepetiba
Texto por Guaraci Rosa
A baía de Sepetiba está localizada no estado do Rio de Janeiro. Abrange parte da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro e também os municípios de Itaguaí e Mangaratiba. Nela, a atividade pesqueira e o comércio são características da localidade há centenas de anos. A variedade de tipos de moluscos, peixes e crustáceos sempre foi um grande atrativo para a população local desde quando os indígenas habitavam a região.
A pesca é uma atividade econômica da região e a partir dela podemos observar o sustento de comunidades pesqueiras dos bairros que estão adjacentes à baía. É comum encontrarmos pescadores vendendo peixes e outros frutos do mar nos bairros de Pedra de Guaratiba, Sepetiba, Guaratiba, no município de Itaguaí ou nos distritos de Mangaratiba (Itacuruçá e Muriqui). Muitas vezes, o peixe e frutos do mar são vendidos diretamente à população; outras vezes, são comercializados com as peixarias que os revendem.
Essa pesca é, na maioria das vezes, a principal fonte de sustento das comunidades pesqueiras desses locais. A forma ainda é tradicional, ou seja, os pescadores utilizam redes, anzóis, tarrafas, puçás, etc.
O comércio está presente na baía de Sepetiba de diversas formas, principalmente para o escoamento de produção de minério de ferro. Em 1973, surgem estudos para a construção de um porto na baía de Sepetiba visando o escoamento da zona industrial de Santa Cruz.
Em 1976, logo após a fusão do Estado da Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro, foi decidida a construção de um porto no município de Itaguaí. Assim, em 1982 foi inaugurado o Porto de Sepetiba. No entanto, o nome que lhe foi atribuído gerou confusão e protestos da população Itaguaíense que discordava da escolha argumentando que o porto estava localizado na cidade de Itaguaí e não no bairro de Sepetiba, ainda que não tenha sido dado com base no bairro, mas sim devido à instalar-se na baía de Sepetiba.
Em 2006, o nome foi alterado para Porto de Itaguaí, em um projeto aprovado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa mudança encerrou os protestos e deu maior visibilidade à cidade da Costa Verde.
A baía de Sepetiba está presente na história do comércio do estado do Rio de Janeiro há séculos, por ela passaram diversos produtos, incluindo madeira, minérios, pescados, entre outros tipos de mercadorias. No século XIX e XX, a baía era rota de embarcações que faziam o transporte de pessoas para diversas cidades do país. Uma das companhias que se destacou nesse setor foi a Sul-Fluminense, que dominou por décadas essa área da economia.
REFERÊNCIA
INSTITUTO POLÍTICAS ALTERNATIVAS PARA O CONE SUL (PACS) (coord.). Baía de Sepetiba: fronteira do desenvolvimentismo e os limites para a construção de alternativas. Rio de Janeiro: PACS, 2015. Disponível em: https://casafluminense.org.br/wp-content/uploads/2017/08/Ba%C3%ADa-de-Sepetiba-fronteira-do-desenvolvimentismo.pdf. Acesso em: 19 de ago. 2023
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