Projeto selecionado
Em maio de 2018, é feita a contratação da Hereñú + Ferroni Arquitetos para desenvolvimento do anteprojeto de arquitetura, restauro e paisagismo para o Jardim Histórico do Museu do Ipiranga.
O projeto vencedor propôs que a intervenção de restauro do Museu Paulista fosse pensada como o “marco zero” de um processo de recuperação do Conjunto Monumental da Independência, que é entendido como um legítimo espaço cívico nacional.
As diretrizes do projeto tiveram como objetivo revelar um outro olhar sobre o que já existe e a importância de pensar a arquitetura como organismo vivo, cujas atualizações precisam ser pensadas de forma a colher os debates e necessidades da sociedade atual.
Dessa forma, partiu-se de alguns princípios fundamentais: o de menor agressão física e visual ao edifício histórico; a modernização do programa de necessidades do edifício, incluindo medidas de acessibilidade; e a possibilidade de reversão dos acréscimos propostos.
Um primeiro plano de ações concentrou-se nas obras para recuperação da integridade física e a reabilitação do edifício. Nesse momento, também foi incluída a criação de um setor novo, complementar e integrado, contendo grande parte dos serviços e áreas necessárias para o funcionamento do Museu.
Essa ampliação foi pensada como um prolongamento subterrâneo do edifício existente, com a possibilidade de conectar o Museu ao Parque da Independência e criar uma esplanada de acesso, que se estenderia até a Rua dos Patriotas.
Também foi previsto um novo setor de acolhimento, localizado na ampliação sob a esplanada. Ao redor de um saguão central, ficariam as áreas de atendimento ao público, bilheterias, salas educativas, acessos às exposições e ao auditório, loja, café, entre outras. Esse espaço também daria acesso ao túnel que conecta o edifício.
As ações de modernização e de adequação à função do edifício foram agrupadas em uma intervenção principal: a inserção de uma torre de circulação e serviços no interior da porção sul de seu corpo central. Essa torre contaria com uma nova escada protegida, elevadores para o público e para o transporte de acervo, conjuntos de sanitários, dutos de instalações e áreas técnicas.
Também foi necessário articular o edifício aos novos espaços e acessos localizados em níveis inferiores, na esplanada. Para isso, foi criado um túnel por meio do método não destrutivo (MND) de construção.
Para os ambientes internos, foi proposta a modernização tecnológica da iluminação, mas preservando a função das sancas e os globos pendurados ao longo das circulações e no interior de algumas salas.
Devido à natureza conservativa do Museu e ao seu acervo, propôs-se a utilização de spots dimerizáveis, tipo de luminária que permite controlar a intensidade de luz, em todas as áreas de exposição.
Sobre a circulação dentro do edifício existente, foram criados novos acessos e percursos entre as salas expositivas, permitindo um trajeto contínuo entre as exposições.
No espaço vazio localizado no interior do coroamento da torre central, foi prevista a construção de uma nova cobertura de vidro para as claraboias e a criação de um espaço que abrigasse uma nova sala expositiva.
Assim, criou-se um mirante ao ar livre na cobertura. As passarelas ligadas à nova torre de circulação vertical habilitam percursos. As passagens de acesso a esse novo núcleo de circulação existentes seriam alargadas.
Segundo os arquitetos: “O projeto (original) trazia em sua concepção estrutural grandes avanços da engenharia da época, encamisados, no entanto, pelos preceitos formais do ecletismo. (...) As intervenções propostas no interior do edifício buscam dar visibilidade a esses elementos estruturais e permitir o acesso público aos seus bastidores, proporcionando aos visitantes uma nova possibilidade de leitura desse momento histórico.”
Fonte: Site dos arquitetos
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