Primeira República
Primeira República
Texto por Keila Gomes
A República no Brasil teve início em 1889, com a derrubada da monarquia e a proclamação da nova forma de governo. Esse movimento foi liderado por militares, republicanos e uma grande parte da elite agrária, que estavam descontentes com a forma como o Império estava sendo governado. O Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República em 15 de novembro de 1889, assumindo a sua presidência interina. Não houve sequer participação popular na mudança do sistema político.
O período inicial da República foi marcado por instabilidade política, com diversos conflitos e mudanças de governo. A primeira Constituição Republicana foi promulgada em 1891, estabelecendo um regime presidencialista e uma estrutura federalista, com estados autônomos. O voto era aberto somente para homens alfabetizados, excluindo, assim, a maior parte da população brasileira, sobretudo a grande massa de ex-escravizados.
A economia brasileira nesse período era baseada principalmente na agricultura, com destaque para a produção de café, que era o principal produto de exportação e gerava grande parte da receita do País. No entanto, essa transição para a República também teve impactos locais, como o que ocorreu no bairro de Santa Cruz. O bairro perdeu o prestígio que existia na época do Império, e a sede da fazenda Imperial tornou-se propriedade do Estado.
Em meio às transformações, o centro comercial do bairro deslocou-se para o matadouro, onde além do comércio de carnes verdes, outros produtos derivados dos bois também eram comercializados. Esse contexto econômico refletiu uma mudança na dinâmica comercial e no modo de vida da região.
Além disso, durante esse período, surgiram as primeiras zonas agrícolas na região, indicando uma busca por diversificação econômica. Paralelamente, começaram a surgir as sociedades carnavalescas, refletindo aspectos culturais e de lazer da sociedade brasileira.
No entanto, apesar dessas mudanças locais, o Brasil como um todo ainda enfrentava os desafios políticos e econômicos da Primeira República. A falta de uma estrutura política consolidada, as divergências entre as elites regionais e nacionais e as questões sociais e trabalhistas continuavam a gerar conflitos internos e instabilidade.
Em 1930, a República Velha chegou ao seu fim com a Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas. Essa revolução marcou a ascensão de Vargas ao poder, inaugurando um novo período na história brasileira, conhecido como Era Vargas. Vargas assumiu a presidência em 1930 e, posteriormente, estabeleceu um governo ditatorial que durou até 1945.
Dessa forma, as transformações locais, como a perda de prestígio de bairros como Santa Cruz, a mudança no centro comercial e o surgimento das primeiras zonas agrícolas, entrelaçaram-se com os acontecimentos do cenário nacional, caracterizando um período complexo e multifacetado na história do Brasil.
Conheça mais:
REFERÊNCIAS
CARVALHO, J. M. de Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
SCHWARCZ, L. K. M. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998
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