Governo Getúlio Vargas
Governo Getúlio Vargas
Texto por Keila Gomes
Getúlio Dorneles Vargas nasceu em São Borja, Rio Grande do Sul, em 1882. Foi militar, advogado e um dos mais famosos e controversos políticos brasileiros.
Nascido de uma família de estancieiros, começa sua vida política na época da Primeira República no Rio Grande do Sul. Foi um dos principais líderes da chamada “Revolução de 1930” após o então presidente Washington Luís romper com o acordo de sucessão existente entre a oligarquia paulista e a mineira. Insatisfeita, a oligarquia mineira aliou-se à oligarquia gaúcha e lançou a candidatura de Getúlio Vargas à presidência.
Getúlio Vargas é derrotado e seu grupo, a Aliança Liberal, conspirou um golpe contra o presidente vitorioso, porém o assassinato de seu vice, João Pessoa, desestabilizou o governo e destituiu Júlio Prestes, colocando Getúlio como presidente em eleições indiretas, começando o primeiro período do seu governo conhecido com Governo Provisório (1930-1934).
O primeiro mandato de Getúlio é cercado de grandes avanços sociais como o voto feminino e pastas específicas de educação e saúde. Haverá também uma nova Constituição, promulgada em 1934.
Nessa época houve melhorias na área rural, então capital federal..Em 1930, ainda no governo Washington Luís, pelo Decreto n° 19.133, é criado o Núcleo Colonial de Santa Cruz na Zona Oeste do então Distrito Federal, com uma área de 19.140 hectares.
A ideia inicial era a promulgação de uma nova Constituição para a realização de uma nova eleição presidencial, fato que não agrada Vargas, pois este já estava começando a fazer sua agenda centralizadora. Portanto, dissolve o congresso e coloca interventores estaduais, o que resulta na Revolução Constitucionalista, em 1932.
Mesmo vitorioso contra os revoltosos, Vargas faz concessões e, após a promulgação da Constituição em 1934, Vargas é novamente eleito de forma indireta, começando uma nova etapa do seu governo, conhecida como Governo Constitucional (1934-1937).
Nesse período, o governo avança na agenda trabalhista e interfere cada vez mais no campo econômico do país. Apesar de a nova Constituição ter caráter liberal democrático, o objetivo de Vargas era perpetuar-se no poder. Os grupos criados pelos civis, a Ação Integralista Brasileira - AIB, com viés fascista, e a Aliança Nacional Libertadora - ANL, com orientação comunista, são a desculpa perfeita para Getúlio Vargas impor uma agenda mais autoritária.
Em 1935, a Aliança Nacional Libertadora promove um golpe que fracassa, mas foi a oportunidade para Vargas colocar seu plano ditatorial em prática. Utiliza a falsa ideia da “ameaça comunista” e realiza um autogolpe conhecido como Plano Cohen, em que ele dissolve o Congresso, adia as eleições de 1938 e instala um período ditatorial conhecido como Estado Novo.
Nesse período, o mais autoritário dos 15 anos em que ficou no governo, Vargas fortalece o Executivo e sua figura de presidente, valorizando os símbolos nacionais e de unidade nacional em detrimento dos regionalismos. Nessa época, Santa Cruz ganha o Hangar do Zeppelin, construído por alemães que irão residir em Santa Cruz. Vargas fica próximo ao novo sistema político da Alemanha conhecido como nazismo.
Haverá censura, partidos políticos serão cassados e será feita a exaltação da figura do presidente. A tortura e a força policial foram uma característica marcante. Apesar disso, Vargas se lançou como o pai dos pobres, consolidando as leis trabalhistas e criando o salário mínimo. Atrelado a isso, fecha os sindicatos e oprime qualquer manifestação trabalhista.
A elite brasileira e o Exército temiam a proximidade que Vargas tinha com as camadas populares e pelo desgaste de sua imagem de ditador, aliando-se aos Estados Unidos contra a ditadura alemã, o que o faz renunciar em 1945.
Depois de sua renúncia, Vargas criará o PTB (Partido Trabalhador Brasileiro) e apoiará Eurico Gaspar Dutra nas eleições de 1946, da qual este sai vitorioso. Sua Constituição é substituída pela democrática Constituição de 1946 e, pela primeira vez, é eleito democraticamente como senador da República.
Tentando se desvincular da figura de ditador, Vargas se elege democraticamente em 1950 em um governo conturbado pela oposição e militares que, unidos ao partido políticoUDN, lança uma campanha radical antivarguista, que perdurou até seu suicídio em agosto de 1954.
Carlos Lacerda foi o principal opositor de Vargas, sendo um dos nomes responsáveis porsua queda. A nomeação de João Goulart para o Ministério do Trabalho e o aumento do salário mínimo acirrará o descontentamento das camadas elitistas do país em relação às práticas econômicas do governo.
A situação chega ao limite quando seu principal opositor, Carlos Lacerda, sofre um atentado na rua Tonelero, em Copacabana. As investigações comprovaram a participação de pessoas do palácio do Catete. Pressionado a renunciar, Vargas tira a própria vida em 24 de agosto de 1954.
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REFERÊNCIA
FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial do Estado, 2001.
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