Plano Diretor
O processo de redirecionamento do Museu Paulista para o campo da História foi concluído com a criação do Plano Diretor, em 1990. Ele foi implementado por Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses, diretor do Museu no período.
O Plano foi determinante para a criação de políticas de aquisição de acervos, de pesquisa e de difusão cultural.
O Museu Paulista passa por uma reorganização conceitual e uma racionalização no tratamento físico e documental que determina definitivamente a atuação dele no campo da História e da Cultura Material (Leonardo da Silva Vieira, 2020).
No Plano Diretor ficou estabelecida a tendência da instituição em contemplar diversas esferas sociais em suas narrativas historiográficas, para que estivesse em sintonia com importantes movimentos intelectuais, políticos e culturais presentes no debate público no período, como os movimentos da Nova História e da Nova Museologia, por exemplo.
As três linhas de pesquisa escolhidas foram: “Cotidiano e sociedade (papéis sexuais, etários e enculturação)”; “Universo do trabalho (pré e proto industrial)”; e “Imaginário (os vetores materiais do sentido)”.
Essas linhas orientam desde a política de formação e ampliação das coleções até os projetos acadêmicos e seus desdobramentos na difusão cultural e educacional, por meio de exposições, cursos e demais atividades direcionadas ao público em geral.
A curadoria das coleções museológica, bibliográfica e arquivística do Museu fica a cargo dos professores que atuam na instituição e são responsáveis por realizar as pesquisas para a produção de conhecimento científico.
Essa atividade de pesquisa científica é voltada “à formação e estudo de coleções; e ao estabelecimento de critérios e técnicas de conservação e restauração e critérios e técnicas de documentação; ao desenvolvimento de metodologias de ações educativas e – sua face mais visível para a sociedade – à difusão do conhecimento científico por meio de exposições abertas ao público” (2019, p. 14).
O trabalho de curadoria é compartilhado e conjugado ao de outros profissionais e especialistas, como a equipe de ações educativas, que teve suas atividades formalizadas no então Serviço de Atividades Educativas do Museu Paulista, criado em 2001.
Esse tipo de ação garante que as exposições sejam o resultado de um trabalho institucional mais horizontal, cuja finalidade é provocar reflexões críticas no público visitante em diferentes frentes, de lazer, educativa e pesquisa.
As três linhas de pesquisa do Museu foram estabelecidas a partir das tipologias de suas coleções, que dialogam com as discussões nos campos da História Social, História da Cultura, dos estudos nas áreas de Sociologia, Antropologia e Arqueologia sobre Cultura Material e Museologia.
Referências:
Vieira, Leonardo da Silva. A aquisição de acervo no Museu Paulista (1990-2015). Anais do Museu Paulista, n. 28, 2020. Disponível em: Link
Plano Museológico do Museu Paulista, 2019:
Plano Diretor do Museu Paulista:
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