Exposição Imagens Recriam a História
No dia 23 de janeiro de 2007, data próxima às festividades do aniversário de São Paulo, foi inaugurada a exposição Imagens Recriam a História, que permitiu ao público explorar as imagens que ajudaram a construir a memória da cidade.
Sua montagem foi contemplada pelo Programa de Adoção de Entidades Culturais da Caixa Econômica Federal, em 2005, recebendo uma verba de R$ 310 mil. A premiação possibilitou a reformulação da área de exposições do pavimento térreo do Museu, integrada pelo corredor de acesso e cinco salas.
Além disso, essa exposição inaugurou na instituição o uso de materiais para pessoas com deficiência visual, como telas táteis, textos em braille e narração descrevendo as obras.
Foram escolhidas pinturas, esculturas, maquetes e recursos multimídia que propunham a discussão das imagens idealizadas por alguns setores da sociedade paulista no processo de construção da história da nação e de São Paulo.
Essas representações foram produzidas principalmente entre as décadas de 1890 e 1940 e se tornaram referência para a criação de pinturas e esculturas. Algumas dessas obras estão presentes na coleção do Museu, além de louças, chaveiros, cartões telefônicos e livros didáticos.
Aos poucos, essas representações formaram um imaginário sobre o passado brasileiro e paulista, com o objetivo de criar uma memória coletiva. Dessa forma, tiveram destaque as telas Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro (1900) e Fundação da Cidade de São Paulo (1909) de Oscar Pereira da Silva, Fundação de São Vicente (1900) de Benedito Calixto e Partida da Monção (1897), de Almeida Júnior, além da maquete de gesso representando a cidade em 1841.
Explore a pintura e também o estudo realizado em 1897, para o quadro Partida da Monção, no Google Arts and Culture, Acervo da Pinacoteca de São Paulo.
Segundo o professor Paulo César Garcez Martins, curador da exposição, as esculturas e pinturas de gênero histórico do Museu passavam a ideia de serem documentos verídicos e, portanto, inquestionáveis.
Isto se deve ao projeto museológico da gestão de Affonso Taunay (1917 a 1945). Segundo o curador: “[...] ele dotou o museu de uma cenografia composta de pinturas e esculturas, que tem início no saguão, prolonga-se pela escadaria central até alcançar o salão nobre, onde está a primeira tela histórica do museu, Independência ou Morte, de Pedro Américo. Ramificações dessa narrativa estenderam-se pelas demais salas de exposição. [...] Nossa meta é fornecer ao público novas chaves de interpretação dessas telas. [...] Procuramos evitar a compreensão das obras como imagens fiéis à realidade” (Jornal da USP, 2007).
A exposição contou com cinco módulos. O primeiro, Pintar e esculpir a História, contou com uma linha do tempo ao longo da galeria, apresentando por meio de textos e imagens a importância da Imperial Academia de Belas Artes na formação dos artistas.
No segundo módulo, chamado Imaginar o início, foram utilizados recursos multimídia para compor as telas e para observar os personagens, as variações estilísticas e os diversos planos e esboços.
No módulo Criando os heróis paulistas, foi destacada a importância do acervo do Museu como fixador das imagens dos “heróis” da formação territorial do Brasil, ou seja, os bandeirantes e monçoeiros.
Já no módulo Das fotografias às telas, foi exposto o processo de montagem da maquete da cidade de São Paulo. No último módulo, Do coletivo ao pessoal: a memória em miniatura, houve a representação das obras expostas nas salas anteriores em moedas, cédulas, selos, medalhas de outros ícones visuais, deixando clara a forma como se desenvolve o imaginário e a arte de contar histórias.
Referências:
Histórias entre as margens plácidas. Jornal da USP, 15 jan. 2007. Disponível em: Link
Imagens recriam a História. Por dentro do nosso museu: fichas temáticas para professores.
Link interno:
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