Reformas parciais e restauro da sanca
Em 1993, foram encontrados diversos fragmentos que caíram do alto do teto da escadaria na entrada principal. No ano seguinte, às vésperas do 7 de Setembro, também caíram alguns fragmentos de argamassa da sanca sobre a escadaria, em razão de problemas de infiltrações de águas de chuva.
Medidas emergenciais foram tomadas para a proteção dos visitantes, mas a cada dia as obras se mostravam mais do que necessárias.
Além disso, o telhado de cobre e a rede elétrica precisavam ser totalmente substituídos; os sistemas de telefonia e computação deveriam ser atualizados; a claraboia da Torre Central precisava de conserto e troca dos vidros; as Torres Laterais necessitavam uma reforma total; entre outras medidas pontuais.
Finalmente em 1995 começou o processo de obras de recuperação do edifício. Os visitantes passaram a conviver com andaimes, escadas, latas de tinta, funcionários e operários de empresas de restauração, já que se optou por manter o museu aberto ao público.
A reforma começou pelo teto, onde foram instaladas coberturas em chapas de cobre. Ao todo foram vinte meses de trabalho.
O processo de restauração da sanca, como é chamada a faixa de parede curva localizada na região superior das paredes da Escadaria do Museu, também foi intenso. O local é suporte para 18 retratos, feitos em óleo sobre tela e colados sobre ela, técnica conhecida por marouflage.
Os brasões e seus retratos referem-se aos personagens tidos pelo ex-diretor Affonso Taunay como fundamentais para o processo de Independência. Ele os encomendou aos artistas Oscar Pereira da Silva e Domenico Failutti, que os finalizaram por volta de 1935.
O fato de o edifício possuir grandes vãos de abertura fez com que houvesse uma grande circulação de ar, o que gerou acúmulo de poeira e fuligem nas áreas da sanca, claraboia e paredes.
A infiltração de umidade e variação de temperatura foram outros fatores que ajudaram a degradar parte da estrutura, que também sofreu rachaduras e perda de coloração. Assim, o trabalho nesse local foi iniciado pela limpeza, acompanhada de todos os cuidados necessários exigidos pelas características de cada parte componente.
Em um segundo momento, foram identificados os materiais que constituíam os objetos e foi realizada a avaliação do processo de deterioração por meio de análises científicas.
Então, o tratamento com materiais compatíveis com a natureza química de cada pintura foi realizado aos poucos, até que fosse finalizada a restauração da estrutura.
PDF: Ver artigo A Conservação e Restauração das pinturas da sanca, Yara L. Moreira Petrella, pp.116-141. In: Museu Paulista: um monumento no Ipiranga : história de um edifício centenário e de sua recuperação, São Paulo: Editora FIESP, CIESP, 1997. Disponível em:
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