Fechamento do Museu para visitação pública
Ao longo dos anos, o Edifício-Monumento conviveu com problemas que comprometeram sua integridade física.
As infiltrações de águas das chuvas sob os telhados, por exemplo, não puderam ser resolvidas com as manutenções pontuais e rotineiras, o que contribuiu para sua degradação.
Em 2013, o prédio apresentava diversas rachaduras e umidade por trás da tinta plástica que não permitia que as paredes externas respirassem. Além disso, as paredes internas, feitas com tronco de palmeira juçara e argamassa, estavam cada vez mais deterioradas.
Os laudos apontavam também para a ameaça de queda dos forros de algumas salas, como as do Salão Nobre, Biblioteca e Auditório.
Diante desse cenário, decidiu-se pelo fechamento do Museu ao público em 3 de agosto de 2013. Em seguida, foram feitos escoramentos em todas as salas que apresentavam risco de desplacamento do forro.
Nesse momento, também foram realizadas algumas consultorias internacionais para que se estabelecesse diretrizes básicas de intervenção que respeitassem as características das técnicas construtivas do edifício.
A contratação de uma empresa especializada permitiu a produção de um diagnóstico preciso das condições estruturais do edifício, que apontou que o problema estava muito mais relacionado aos revestimentos, e não tanto à estrutura.
Após o fechamento, o acervo do Museu - que conta com cerca de 450 mil peças entre mobiliário, roupas, quadros, itens de iconografia, fotos e documentos textuais - foi dividido entre endereços diferentes na região do Ipiranga.
Essa decisão foi tomada para facilitar o acesso a pesquisadores durante os anos em que permaneceria fechado.
A biblioteca foi reaberta ao público nas proximidades e as atividades acadêmicas e educativas continuaram sendo oferecidas para o público em formatos diferentes, fora do edifício.
Após os diagnósticos e mudança do acervo, as obras de restauração e modernização iniciaram em 2019, com reabertura prevista para 2022, ano da comemoração do bicentenário da Independência do Brasil.
Do acervo total, apenas 36 obras permaneceram no prédio durante a reforma com as devidas proteções, entre elas o quadro Independência ou morte, de Pedro Américo e as estátuas dos bandeirantes do saguão central.
Leia algumas notícias divulgadas na época do fechamento:
Artigo UOL, “Museu do Ipiranga é fechado para reforma”, 2013
Artigo do G1, “Museu do Ipiranga fechou há 5 anos..”, 2018
Referências:
Barbuy, H. (org.). Museu Paulista: um monumento no Ipiranga - História de um edifício centenário e de sua recuperação. São Paulo: Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai/IRS, s.d.
Ferroni, E., Hereñú, P., Marins, P.C.G., Motta, R. V. da, Lima, S. F. de, Carvalho, V. C. de. (2020). A preparação do Museu do Ipiranga para o Bicentenário da Independência em 2022, In: Revista Restauro, v.4, n.7. Disponível em: Link
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