Construção do Edifício-monumento
Em 1883, o contrato firmado com Bezzi havia sido suspenso por dificuldades financeiras. No ano seguinte, após o cancelamento do concurso público para a escolha de um novo projetista, foi assinado um novo documento que o colocava novamente como responsável pelo projeto.
Nesse momento, discutia-se se o edifício deveria abrigar uma escola pública, mas essa opção foi descartada por não ser considerada sadia.
Em seguida, foi promovida uma concorrência pública para a apresentação de propostas de orçamentos. Bezzi recomendou a proposta de Luigi Pucci, empreiteiro e arquiteto italiano.
Em setembro de 1884, foi confirmada a construção do monumento na colina do Ipiranga. Em 25 de março de 1885, as obras foram iniciadas, mas com algumas alterações na planta original para baratear o seu custo.
Embora ainda faltasse o acabamento, as obras foram encerradas em 15 de novembro de 1890, já durante a República.
O projeto inicial previa um retângulo alongado e dois braços laterais projetando-se da fachada central em direção à cidade. Porém, as alas foram deixadas de lado e restou o retângulo pontuado por três corpos salientes. O do meio recebeu uma ampla escadaria e rampas laterais; as extremidades, por sua vez, possuem torres mais baixas que a central.
O edifício media 123 metros de comprimento e 16 metros de profundidade. Rapidamente se tornou uma referência na cidade graças a seu estilo palaciano, seu grande porte e suas fachadas repletas de elementos decorativos e ornamentais.
O Edifício-Monumento possui estilo arquitetônico eclético, baseado em modelos de palácios europeus construídos durante o Renascimento (1301-1600). A técnica empregada foi a de alvenaria de tijolos cerâmicos, considerada uma novidade para a época, já que em São Paulo costumavam usar taipa de pilão nas construções.
Internamente, destaca-se no andar térreo o saguão, com 24 colunas, de onde parte a escadaria monumental que alcança o Salão Nobre, onde mais tarde foi instalada a tela Independência ou Morte. No térreo e no segundo andar, corredores laterais deram lugar a uma sequência de pequenas salas de 55m², em média.
Referências:
Às margens do Ipiranga: 1890-1990. São Paulo: Museu Paulista-USP, 1990. (Catálogo de exposição).
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