Reflorestamento do Maciço da Tijuca

1862View on timeline

Resumo

Reflorestamento do maciço da Tijuca, permitindo a regeneração natural da floresta atlântica, que hoje conhecemos como Floresta da Tijuca.

Sugestão para o professor

Sobre essa que foi uma ação pioneira de reflorestamento diversificado, a qual deu origem a uma das maiores florestas urbanas do mundo - o Parque Nacional da Tijuca, fundado em 1961, veja o documentário Reflorestamento da Floresta da Tijuca - Expedições (29/11/2011), disponível em https://www.youtube.com/watch?v=hat4grkXL7s Plano de Manejo do PNT: https://parquenacionaldatijuca.rio/files/plano_de_manejo.zip 

Sugestão de leitura

- Página oficial do PNT:https://parquenacionaldatijuca.rio/ 

Detalhamento da linha do tempo do estudante

No final do século XVIII, a floresta do maciço da Tijuca, no Rio de Janeiro, permanecia praticamente intacta. Há relatos de que os cumes e sopés das montanhas encontravam-se guarnecidos de matas, enquanto as baixadas do vale eram cobertas por “árvores muitíssimo altas” (CABRAL, 2011, p. 166). No entanto, a partir da década de 1820, a região começou a ser explorada para a extração de madeira e fabrico de carvão, bem como para a cafeicultura, que havia encontrado nessas terras altas um ambiente muito favorável, com bastante chuva e temperaturas amenas. Rapidamente, o desmatamento das encostas começou a desequilibrar o regime hidrológico do maciço. Sem cobertura vegetal adequada, a capacidade de absorção de água pelo solo diminuiu, causando, de um lado, a escassez de água nos lençóis freáticos que abasteciam os rios da região e, de outro, uma série de inundações nas áreas de baixada. Ou seja, as enchentes que atormentam os moradores do Rio de Janeiro estão longe de ser um problema do tempo presente (CABRAL, 2011, p. 167). Diante de longos e recorrentes períodos de desabastecimento de água ocorridos na capital do Império, o ministro Visconde do Bom Retiro influenciou D. Pedro II para que se implementasse um programa de reflorestamento no maciço da Tijuca. Iniciado em 1862 pelo major Manoel Gomes Archer e desenvolvido basicamente por particulares, com investimento do governo imperial, esse programa chegou ao final em 1892, tendo plantado cerca de 90 mil mudas de árvores. Embora relativamente modesto em termos numéricos, o grande mérito do programa foi o de abrir caminho para a regeneração natural: ao ser permitido o livre curso de desenvolvimento da floresta, a sucessão ecológica resultou naquilo que hoje conhecemos, como o Parque Nacional da Tijuca.

Curiosidades

Parque Nacional da Tijuca

- O Parque Nacional da Tijuca (PNT) foi criado pelo governo federal em 1961 por meio do decreto Nº 50.923, com o nome de Parque Nacional do Rio de Janeiro. Em 1967, recebeu o nome atual e, após novos decretos de alterações de limites, tem atualmente 3.953 ha. Situado na região centro-sul da cidade do Rio de Janeiro, abrange a Floresta da Tijuca, a Serra da Carioca/Corcovado, a Pedra Bonita/Pedra da Gávea e a Serra dos Pretos Forros/Covanca. Esses setores não formam um contínuo e são entremeados por áreas urbanas, o que distingue o PNT dos demais parques nacionais. Situa-se inteiramente no domínio da Mata Atlântica e possui como vegetação predominante a Floresta Ombrófila Densa (Submontana, Montana e Alto-Montana) em estágio avançado de regeneração, com trechos sob pressão antrópica variada, especialmente nas bordas.

- Mesmo inserido em um centro urbano, o PNT protege uma riquíssima biodiversidade! Nele, são conhecidas mais de 1.600 espécies de plantas, das quais 433 encontram-se ameaçadas de extinção. Com relação à fauna, já foram registradas 178 espécies de aranha, 19 espécies de peixes, 39 de anfíbios, 31 de répteis, 226 de aves e 63 de mamíferos.

- Os quatros setores do parque estão repletos de atividades recreativas e esportivas como trilhas para caminhadas e corridas, skate, banhos de cachoeira, locais de escalada, rapel, voo livre, observação de aves e mirantes com vistas exuberantes. Alguns dos pontos turísticos são o Corcovado, a Pedra Bonita, a Pedra da Gávea, o mirante da Cascatinha, o Pico da Tijuca e o Parque Lage dentre muitos outros.

Referências

CABRAL, Diogo de Carvalho. Águas passadas: sociedade e natureza no Rio de Janeiro Oitocentista. RA´E GA 23. Curitiba, Departamento de Geografia - UFPR, 2011, p. 159-190. Disponível em: https://geografia.ufpr.br/raega/ 

DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

Conexão

Aumento expressivo de imigrantes europeus
 

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Published in 11/07/2023

Updated in 26/07/2023

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