Impactos da mineração na Mata Atlântica

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Resumo

Infelizmente, ainda hoje, a exploração de minério implica em supressão de vegetação natural, impedimento de regeneração florestal em áreas previamente impactadas e/ou poluição de cursos d´água.

Detalhamento da linha do tempo do estudante

 Impacto da Mineração na Mata Atlântica

Impacto da Mineração na Mata Atlântica Devido, sobretudo, à sua localização costeira, a Mata Atlântica sempre foi uma das primeiras vítimas da devastação em praticamente todos os ciclos econômicos pelos quais o Brasil atravessou (ou ainda atravessa). No início do século XVIII, com a descoberta de ricos depósitos de ouro em Minas Gerais, a história da devastação da Mata Atlântica ganha uma nova e importante página com o início do ciclo da mineração (ver também o tópico “Impactos da exploração do ouro na Mata Atlântica”). Desde então, outros minérios foram encontrados e também explorados em território de Mata Atlântica, como diamante, ferro e manganês. E, infelizmente, ainda hoje, a exploração desses recursos naturais necessariamente implica em supressão de vegetação natural, impedimento de regeneração florestal em áreas previamente impactadas ou poluição de cursos d 'água.

No Brasil, a principal e pioneira vítima desse processo foi o estado de Minas Gerais. Desde o ciclo do ouro até os dias de hoje segue se destacando negativamente em relação à preservação de suas áreas de Mata Atlântica. De acordo com artigo publicado pela ONG SOS Mata Atlântica (https://www.sosma.org.br/artigos/minas-pare-de-desmatar-mata-atlantica/), o estado sozinho foi responsável pelo desmatamento de cerca de 40% dos 18.433 ha de Mata Atlântica perdidas no país entre 2014 e 2015. Segundo os autores, a mineração não foi a única, mas a principal causa de toda essa perda. Não bastassem todos os danos previstos, o bioma também tem sido cenário de desastres socioambientais sem precedência, como os que ocorreram em decorrência do rompimento de barragens nos municípios de Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019.

Em 2015, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, levou à liberação de cerca de 45 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério e causou a devastação de cerca de 169 hectares de Mata Atlântica, impactando, diretamente, a vida (e a morte de 19 pessoas) de muitas habitantes, além de causar enorme poluição em ambientes terrestres e aquáticos na bacia do Rio Doce, atingindo, inclusive, ambientes marinhos. Ainda é difícil (se é que algum dia será possível) dimensionar o impacto ambiental dessa tragédia. Muitos defendem ter essa sido a maior tragédia ambiental da história do Brasil!

Infelizmente, a lição não foi aprendida e, pouco tempo depois, um novo desastre voltou a assolar Minas Gerais, incluindo áreas de Mata Atlântica. Em 2019, no município de Brumadinho, a Barragem Córrego do Feijão rompeu despejando cerca de 12 milhões de m3 de rejeitos de mineração e causando a morte de mais de 270 pessoas além de impactar cerca de 297 hectares. Além da imediata destruição de habitat, ainda não se sabe ao certo a dimensão do impacto causado em corpos d'água, já que o rejeito atingiu também o rio Paraopeba, na bacia do Rio São Francisco.

Diante de todo esse quadro de destruição, pairam duas certezas: a primeira é que a sociedade moderna já não sobreviveria sem os produtos oriundos da exploração mineral; a segunda é que, por respeito a essa e às próximas gerações, do jeito que a coisa tem sido feita, também não dá mais para continuar!

Referências

AMÂNCIO, Adriana. O Eco. publicado em 25/01/2023. Disponível em: https://oeco.org.br/reportagens/apos-4-anos-de-rompimento-da-barragem-da-vale-em-brumadinho-rio-paraopeba-segue-sem-data-pra-descontaminacao/

BARRETO, M. P. A mata atlântica e o ensino de história: da pré-história ao período colonial brasileiro. Movimento-revista de educação, v. 6, 2017, p. 272-305.

BRAGANÇA, Daniele. O Eco. publicado em: 25/05/2016. Disponível em: https://oeco.org.br/noticias/efeito-mineracao-faz-desmatamento-na-mata-atlantica-subir-em-minas-gerais/ 

BARRADAS, Míriam S. Jornal da Universidade. UFRGS. publicado em: 16/12/2021. Disponível em: https://www.ufrgs.br/ciencia/seis-anos-apos-o-rompimento-da-barragem-de-mariana-ecossistema-marinho-continua-sofrendo-os-impactos-do-desastre/ 

HIROTA, Marcia; MANTOVANI, Mario. SOS Mata Atlântica. publicado em: 05/08/2016. Disponível em: https://www.sosma.org.br/artigos/minas-pare-de-desmatar-mata-atlantica/ 

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Publicado o primeiro livro sobre conservação da natureza no Brasil

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Published in 17/07/2023

Updated in 26/07/2023

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