Criação do Banco do Brasil

1808View on timeline

Resumo

A criação dos primeiros bancos e a expansão do financiamento das atividades produtivas e da infra-estrutura no Brasil. 

Sugestão para o professor

Assistir ao vlog do Peninha, Buenas Ideias e traçar um paralelo entre as intenções do Barão de Mauá e as transformações que causaram na paisagem.

https://www.youtube.com/watch?v=d9C3FrFCb-k 

Detalhamento da linha do tempo do estudante

Alguns dos elementos explicativos fundamentais sobre o crédito no Brasil durante o período colonial começaram a ser gestados no século XIX, o mais recorrente dos quais, a oferta monetária, assumida como escassa até 1808, quando um conjunto de medidas começou a ser posto em execução no sentido de suprir essa carência de numerário no país. Entre estas, a mais comumente referida é a criação do Banco do Brasil em 12 de outubro de 1808 (CARRARA, 2020). A criação de instituição financeira especializada em intermediar a circulação de dinheiro contribuiu para que novos investimentos e acordos financeiros fossem realizados no comércio da cultura cafeeira. Nesse mesmo contexto acontece a regulamentação do mercado nacional e internacional apontando maior ou menor intervencionismo estatal, inclusive no âmbito da importação e exportação do café.

A criação do Banco do Brasil data de 12 de outubro de 1808, que tem como criador a Família Real Portuguesa, mais precisamente D. João VI, que havia fugido da Europa por conta da invasão napoleônica em território português. A vinda da Família Real trouxe mudanças econômicas e financeiras importantes para a colônia. A abertura dos portos para o comércio exterior foi um passo importante. Com a necessidade de organizar e centralizar as atividades financeiras na colônia e financiar atividades econômicas mais modernas, o Banco do Brasil foi criado na cidade do Rio de Janeiro. Além desses interesses, havia também o problema da falta de papel moeda e moedas metálicas, assim o banco seria responsável por produzi-las.

Essa primeira tentativa de um banco estatal público, não deu certo pois em 1829 foi extinto. Em parte, sua extinção está ligada às dívidas do banco, mas principalmente, pela retirada de grande montante de dinheiro e pedras preciosas de seus cofres pela Família Real ao retornar para Portugal.

Depois de alguns anos, em 1851, o empresário Irineu Evangelista de Sousa, depois nomeado de Barão de Mauá, criou o segundo Banco do Brasil, que nesse momento era de capital privado, também na cidade do Rio de Janeiro. Ao criar o banco, sua intenção era financiar o desenvolvimento de atividades que trouxessem desenvolvimento ao país, já que a busca por financiamento para compra de escravos não seria mais feita, devido à Lei Eusébio de Queiroz (proibição do tráfico de escravos), e esse capital poderia ser usado no financiamento de melhores atividades produtivas.

O Barão de Mauá apesar de ter criado o Banco nunca foi presidente do mesmo. Ao ter o banco fundido com outro, saiu de sua organização e gestão. Com seus investimentos e desejos de modernizar o Brasil, o Barão de Mauá buscou trazer mudanças da organização dos transportes de mercadorias, criando a primeira ferrovia que ligava o Rio de Janeiro à Minas Gerais quando foi finalizada, dessa forma melhorando a circulação da produção e a entrada de produtos no país.

No final do século XIX, o Banco do Brasil já era o principal financiador da atividade agrícola do país, bancando, principalmente, as primeiras levas de imigrantes europeus destinados a trabalharem na cafeicultura. 

Dessa forma, pode-se dizer que com esses investimentos feitos pelo Banco do Brasil, houve facilidade de desenvolvimento econômico que concomitante trouxe impactos ambientais na paisagem local, incluindo a Mata Atlântica. Os incentivos financeiros fizeram surgir estradas de ferros, aumentaram as áreas produtivas agrícolas (principalmente o café), assim como facilitaram o surgimento de algumas manufaturas locais e o aumento da população (com a chegada dos imigrantes). Portanto, o desmatamento, assim como uma mudança do relevo (para a abertura de estrada de ferro e o cultivo de café), a intensificação de processos erosivos, a utilização dos rios para abastecimento de uma população que crescia, entre outros aspectos ligados aos processos produtivos e logísticos, causaram alterações no domínio da Mata Atlântica e com o passar dos anos só tenderam a ser intensificadas.

Referências

CARDOSO, J. L. Novos elementos para a história do Banco do Brasil (1808-1829): crónica de um fracasso anunciado. Revista Brasileira de História. Vol. 30, n. 59, Jun, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbh/a/JJgTM6Q3Fkv7dGB8dtTr7Vj/?lang=pt 

CARRARA. A. A. O crédito no Brasil no período colonial: Uma revisão historiográfica. Varia hist. V. 36, N. 70, jan-abr, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/vh/a/tgypYNjX46WWKj4D7rxnKXD/?lang=pt 

LOBO, R. Banco do Brasil. Arquivo Nacional. publicado em: 09 de novembro de 2016. Memória da Administração Pública Brasileira - MAPA. Disponível em: http://mapa.an.gov.br/index.php/dicionario-periodo-colonial/138-banco-do-brasil 

Banco do Brasil - 200 anos. ANABB, nº. 2. Disponível em: https://www.anabb.org.br/pdf/bb200/bb02.pdf 

Banco do Brasil - 200 anos. ANABB, nº. 3. Disponível em: https://www.anabb.org.br/pdf/bb200/bb03.pdf 

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Published in 10/07/2023

Updated in 26/07/2023

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