Criação de rede urbana interior
Resumo
Com o aumento do contingente populacional do país, a difusão dos sistemas de transporte e comunicação e o estímulo à imigração, criou-se uma nova rede urbana no interior do país.
Sugestão vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=OuRuhsU9XEk
Detalhamento da linha do tempo do estudante
Na primeira metade do século XX, o processo de industrialização vai ganhando cada vez mais impulso no Brasil, sobretudo a partir dos anos de 1930, quando houve uma retomada da política de substituição de importações. Dessa forma, compreende-se como correlatos os fenômenos da urbanização, das migrações, da expansão das fronteiras agrícolas do café e da industrialização, que vão se desdobrar no surgimento das primeiras metrópoles brasileiras na região Centro-Sul, mais especificamente, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Os anos 1930, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas, que durou até 1945, representa um marco do fortalecimento de um Estado centralizado, sendo marcantes as políticas de colonização do interior do país integrantes do programa "Marcha para o Oeste". Para que os sertões brasileiros fossem conquistados, fazendo coincidir as fronteiras políticas com as fronteiras econômicas, como preconizava o slogan da "Marcha", uma série de ações conjuntas foram tomadas articulando as políticas de povoamento, colonização, produção agrícola e industrialização
Dentre essas ações, destaca-se a construção de estradas e ferrovias, que iriam conectar as novas áreas destinadas aos cafeeiros e as colônias que estavam recebendo os migrantes aos novos mercados urbanos que se formavam, demandando cada vez mais gêneros alimentícios, o aproveitamento hidrelétrico de alguns rios para a produção de energia, como no caso da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), em 1945, a fundação de grandes indústrias, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1941, e a Companhia Vale do Rio Doce, em 1942, que expressam o novo patamar de exploração dps recursos minerais brasileiros, e a construção de cidades planejadas, como Goiânia, em 1933, que marca a interiorização do povoamento urbano em direção ao Centro-Oeste.
Sem que o café e a produção agropecuária perdessem sua importância na pauta de exportações, a conjugação de todos esses fatores permitiu que, em um curto espaço de tempo, o Brasil passasse de um país de base agrícola para um país cujo padrão de acumulação econômica era cada vez mais ligado às atividades urbano-industriais. No geral, houve uma intensificação na exploração dos recursos naturais, uma vez que a apropriação de recursos florestais, principalmente no bioma da mata Atlântica, foi um dos móveis pelo qual se podia atingir os objetivos de desenvolvimento planejados. Como resultado, passamos de um país com pouco menos de 20 milhões de habitantes espalhados pelos campos, em 1900, para um país urbano com mais de 50 milhões de pessoas, em 1950, sendo possível identificar, nesse crescimento, as raízes da concentração populacional do Brasil, que até hoje abriga mais de 60% de sua população no bioma da Mata Atlântica.
Referências
MORAES, Antônio Carlos Robert. Geografia Histórica do Brasil: Capitalismo, território e periferia, São Paulo: Ed. Annablume, 2011. 160 p.
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