A ampliação da infra-estrutura e a ocupação do interior
Resumo
No final do XIX, na esteira da expansão do café e do crescimento das cidades, a construção de uma nova infra-estrutura facilita o adensamento da ocupação do interior do país
Detalhamento da linha do tempo do estudante
Ao longo do século XIX, a expansão do cultivo do café pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo foi acompanhada pela abertura de novas estradas, pensadas como forma de facilitar o escoamento da produção. Uma das novidades do período, as ferrovias passaram a ser vistas como a solução para o desenvolvimento econômico que se buscava. Desde a inauguração da primeira ferrovia, em 1854, pelo Barão de Mauá, no Rio de Janeiro, diversas outras ferrovias foram construídas. Vale a pena destacar, por sua importância, a Estrada de Ferro D. Pedro II, conhecida como Central do Brasil, que ligaria o Rio de Janeiro a São Paulo acompanhando exatamente a zona produtora de café no vale do Paraíba.
A Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, que ligava essa cidade do interior paulista ao porto de Santos, foi fundamental para a intensificação da ocupação territorial no oeste do estado de São Paulo. O que ocorria, nesses casos, era uma complementaridade entre a construção das ferrovias, a fundação de cidades e a abertura de novas fazendas. Como as Companhias de Estradas de Ferro sempre tinham grandes fazendeiros entre seus sócios, os cafeicultores definiam o trajeto da ferrovia, privilegiando suas fazendas e projetando a ocupação futura de novas terras.. Dessa forma, como sabiam por onde a ferrovia iria passar, apropriavam-se de grandes extensões de áreas florestais nas chamadas "ponta dos trilhos", que era onde as ferrovias iriam acabar.
Após o início da construção das ferrovias, essas terras eram valorizadas, transformando-se em loteamentos urbanos e fazendas de café. Sempre que uma ferrovia fazia projetos para expandir seus trilhos, essa dinâmica era retomada, alimentando a expansão da fronteira agrícola por muitas décadas. Como resultado, grandes áreas de florestas foram transformadas em pastos, campos de cultivo e cidades Brasil afora, integrando economicamente diferentes regiões do país.
Referências
MONBEIG, Pierre. Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. São Paulo: Hucitec/Polis, 1984.
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