Expansão urbana para áreas periféricas
Resumo
A expansão urbana para áreas periféricas atrelada ao crescimento populacional é de fato um grave problema iniciado em épocas passadas e trazido como consequência para o XXI.
Sugestão para o professor
O Professor pode pedir aos estudantes uma pesquisa sobre desastres ambientais como o do Município de Petrópolis, Anchieta e ou Ubatuba.
Detalhamento da linha do tempo do estudante
Atualmente 72% dos brasileiros e 70% do PIB nacional concentra em locais onde encontra-se cobertura vegetal de Mata Atlântica (IPCC, 2021 - Painel Intergovernamental de Mundanças Climáticas). Registros feitos a partir de 1985 pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram a evolução do desmatamento da Mata Atlântica até os dias atuais. Embora os anos de 2017 e 2018 tenham sido marcados por 9,3% de redução dessa problemática, comparado ao período anterior (2016-2017), a preocupação com a expansão urbana, queimadas e atividades econômicas são fatores que potencializam diretamente a supressão da vegetação tropical nos diversos estados federativos de sua abrangência. O relatório publicado a partir de análise de série histórica por meio do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985, aponta que no ano de 2018 foram destruídos 11.399 hectares (ha), ou 113 Km², de áreas de Mata Atlântica acima de 3 hectares nos 17 estados do bioma. No ano anterior, o desmatamento tinha sido de 12.562 hectares (125 Km²). Apesar dos resultados positivos em 2017 e 2018, existem estados ainda que mantém altos índices de desmatamento: Minas Gerais (3.379 ha), Paraná (2.049 ha), Piauí (2.100 ha), Bahia (1.985 ha) e Santa Catarina (905 ha). Os dados de 2020 porém, revela que 13 mil hectares foram desmatados entre os anos de 2019 e 2020 no país (INPE). Em relação ao uso e ocupação do solo o aumento da mancha urbana e de áreas de periferias também é evidente. Segundo dados do projeto MapBiomas-INPE (https://mapbiomas.org/), é possível notar mudanças no uso da terra desde 1985 (quando iniciou o monitoramento do uso e ocupação do solo no país), a área ocupada por infraestrutura urbana triplicou nas últimas três décadas, saltando de pouco mais de 1 milhão de hectares para quase 3,5 milhões atualmente. Ou seja, é fato que a expansão urbana contribuiu e ainda contribui excessivamente para o desmatamento de biomas brasileiros e, com grande intensidade a mata atlântica. Outra questão a ser destacada está ligada aos atuais registros de elevação de temperatura global, principalmente em zonas urbanas. Assim, estudos feitos pelo Ministério do Meio Ambiente analisam variáveis físico-naturais que podem indicar causas e consequências dessa problemática: impactos de inundações, erosão, deslizamento e outros.
Referências
Relatório IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas). The Nature Conservancy, publicado em: 20/03/2023. Disponível em: https://www.tnc.org.br/conecte-se/comunicacao/noticias/ipcc-report-climate-change/utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=ipcc&gclid=Cj0KCQjwzdOlBhCNARIsAPMwjbyHHnlHSzfVqghfWoPJIHBZhS6256OsYnuIBtPL7Ig_DeLWkN818O8aAr8cEALw_wcB
SOS Mata Atlântica e INPE lançam novos dados do Atlas do bioma. INPE. publicado em 23/05/2019 e atualizado em 25/10/2019. Disponível em: http://www.ccst.inpe.br/sos-mata-atlantica-e-inpe-lancam-novos-dados-do-atlas-do-bioma/ ;
MAPBIOMAS. Disponível em: https://mapbiomas.org/
Texto de encerramento
Você conheceu a linha do tempo da Mata Atlântica e os diversos eventos que elencamos para seu estudo.
Trazemos agora um breve resumo sobre porque devemos estudar e compreender a Mata Atlântica, especialmente estando na região Sudeste.
A Mata Atlântica é um dos biomas mais importantes e ameaçados do Brasil e do mundo. Sua preservação é crucial devido à sua rica biodiversidade, à sua relevância para a manutenção dos serviços ecossistêmicos e ao seu papel na regulação do clima.
Fauna Endêmica
Na biologia, o termo “endemismo” se refere à restrição na distribuição geográfica de uma dada espécie. Por exemplo, quando dizemos que o mico-leão-dourado é endêmico da Mata Atlântica, isso quer dizer que ele não ocorre em nenhuma outra parte do planeta, apenas nesse bioma. Há diversas escalas de endemismo. A fauna endêmica é formada principalmente por anfíbios (grande variedade de anuros), mamíferos e aves das mais diversas espécies. Possui extrema relevância para a manutenção do ecossitema Mata Atlântica. Enfatiza-se que muitas espécies animais da Mata Atlântica encontram-se em extinção.
Algumas espécies, por exemplo, possuem distribuição mais restritas, sendo consideradas endêmicas de uma única Unidade de Conservação, município ou estado. Outras podem possuir distribuição geográfica mais ampla, mas, ainda sim, serem consideradas endêmicas de um bioma ou país. Na Mata Atlântica, são conhecidas mais de 15 mil espécies de plantas, 45% delas são endêmicas do bioma. Em relação à fauna, a Mata Atlântica também abriga diversas espécies endêmicas, por exemplo: 185 de anfíbios, 102 de répteis, 213 de aves e 89 de mamíferos. Aqui estão algumas razões pelas quais a Mata Atlântica precisa ser estudada e mais, preservada:
- Biodiversidade: A Mata Atlântica abriga uma enorme diversidade de espécies de plantas, animais e micro-organismos. É considerada um dos biomas mais biodiversos do planeta, com muitas espécies endêmicas, ou seja, encontradas apenas nessa região. A conservação desse bioma é essencial para preservar essa riqueza biológica.
- Serviços ecossistêmicos: A Mata Atlântica desempenha um papel fundamental na prestação de serviços ecossistêmicos essenciais. Ela contribui para a regulação do clima, a manutenção da qualidade da água, a proteção dos solos, a polinização de culturas agrícolas e a provisão de alimentos, medicamentos e materiais de construção sustentáveis.
- Abastecimento de água: A vegetação da Mata Atlântica desempenha um papel crucial na regulação dos recursos hídricos. Essas florestas ajudam a reter a água da chuva, recarregam os aquíferos subterrâneos e mantêm os cursos de água saudáveis. A preservação desse bioma é essencial para garantir o abastecimento de água para inúmeras comunidades e cidades que dependem dos seus recursos hídricos.
- Combate às mudanças climáticas: A Mata Atlântica desempenha um papel importante no sequestro de carbono, ajudando a mitigar as mudanças climáticas. Suas florestas armazenam grandes quantidades de carbono e contribuem para a redução dos níveis de CO2 na atmosfera.
- Patrimônio cultural: Além de sua importância ecológica, a Mata Atlântica também é um patrimônio cultural do Brasil. Ela está intrinsecamente ligada à história, à cultura e às tradições das comunidades que habitam essas áreas, contendo sítios arqueológicos, remanescentes de quilombos, comunidades indígenas e povos tradicionais.
No entanto, a Mata Atlântica sofreu intensa degradação e perda ao longo dos anos, principalmente devido à urbanização desordenada, desmatamento, expansão agrícola, ocupação irregular e outras atividades humanas. A proteção e restauração desse bioma são fundamentais para garantir sua sobrevivência e os benefícios que ele oferece para a sociedade e o meio ambiente.
Diversas organizações, como o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o Ministério do Meio Ambiente e muitas outras, trabalham na conservação e recuperação da Mata Atlântica, promovendo a conscientização, a implementação de políticas e ações de preservação.
Referências
DE ARAUJO MONTEIRO-FILHO, Emygdio Leite; CONTE, Carlos Eduardo. REVISÕES EM ZOOLOGIA. Paraná: Editora UFPR, 2017.
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