Tipos vegetacionais da Mata Atlântica - caracterização
Resumo
Caracterização dos tipos vegetacionais da Mata Atlântica - vegetação exuberante, com acentuado higrofitismo (se adaptam bem a água).
Detalhamento da linha do tempo do estudante
Entre as espécies mais comuns encontram-se algumas briófitas, cipós, e orquídeas. Definidas pelo CONAMA (1992):
A Mata Atlântica é um bioma que pode ser classificado como uma floresta de várias florestas (CONTI & FURLAN in ROSS: 2003), ou seja, não representa um bioma de paisagens homogêneas, pelo contrário, é formado por um mosaico de fitofisionomias que podem ser bastante distintas entre si A base para a classificação desse bioma é a partir de características fisionômicas e florísticas. E com isso é observada uma grande variedade de agrupamentos vegetais que variam de acordo com a latitude, altitude, solo, localização nas encostas dentre outros. Dessa forma, são observadas uma variedade de tipos vegetacionais na Mata Atlântica , como: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista (Mata de Araucárias), Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual. A maioria dessas categorias ainda pode ser subdividida em cinco formações, sendo a grande parte delas de acordo com variações de faixas altimétricas: Formações Aluvial (floresta ciliar ou ribeirinha que acompanham cursos de água), Terras Baixas, Submontana, Montana e Alto-Montana. Além disso, a Mata Atlântica é constituída também por ecossistemas associados (manguezais, restingas, campos de altitude e brejos interioranos).
Em sua generalidade, essas florestas possuem em comum a densidade de sua mata, com a presença de árvores altas em relevos de baixa altitude, e troncos recobertos por uma grande variedade de epífitas (plantas que vivem sobre outras - inquilinismo). Por ser uma área de atuação da Massa de Ar Polar Atlântica (massa úmida) que é barrada pelo relevo local, a região é atingida por grandes volumes de água, somada ao fato de ser área de ventos alísios que trazem umidade.
Segundo resolução do CONAMA de 1994, o Bioma da Mata Atlântico é definido pelos seguintes tipos vegetacionais:
- Floresta Ombrófila Densa: como o próprio nome já diz, é uma vegetação densa em todos os substratos, possui folhas largas, sempre verdes e de grande duração adaptadas ao calor e à grande umidade. É conhecida também como floresta pluvial tropical, por ser uma vegetação adaptada a um clima com muita umidade. Estação seca curta e branda, com temperatura média aproximada de 25°C, sendo constituída, majoritariamente, por árvores perenifólias (não perdem suas folhas) de médio a grande porte. Também é marcante a presença de samambaias, palmeiras, lianas e epífitas.
- Floresta Ombrófila Mista: é também conhecida como Mata de Araucária devido a presença dessa vegetação de conífera (pinheiros) que é adaptada à uma temperatura mais baixa que a Ombrófila Densa e há a presença de chuvas distribuídas regularmente durante o ano todo. É exclusiva do Planalto Meridional Brasileiro (RS, SC e PR), possuindo disjunções em terras altas da Serra do Mar e Serra da Mantiqueira. Trata-se de uma combinação entre a Mata Atlântica ombrófila e florestas de pinheiros. A temperatura média oscila entre 15-18°C, apresentando alguns meses bastante frios.
- Floresta Ombrófila Aberta: é uma variação da Floresta Ombrófila Densa, na qual está localizada em área de transição desta, e é marcada por uma menor pluviosidade.
- Florestas Estacionais Semideciduais: também conhecidas como floresta tropical subcaducifólia e tem como característica a perda suas folhagens, porém diferentemente das deciduais, essa perda está associada a um período de frio e não de seca, devido a presença do clima subtropical. Apresenta duas estações bem definidas, seca e chuvosa, e temperatura média de 15-21°C. Entre as características mais marcantes, está na ocorrência de 20-50% de árvores caducifólias, ou seja, que perdem suas folhas em resposta evolutiva, justamente, ao período mais frio e seco do ano.
- Florestas Estacionais Deciduais: também são conhecidas como floresta tropical caducifólia e tem como característica a perda de suas folhagens sazonalmente. Isso ocorre por conta de suas estações climáticas bem marcadas, uma com bastante umidade e outra seca.Apresenta características bastante semelhantes à Floresta Estacional Semidecidual, porém com mais de 50% das árvores sendo caducifólias. Tal resposta fisiológica também se deve a uma estação seca e fria mais longo e severa, com temperaturas média inferiores a 15°C.
- Manguezais: é um ecossistema costeiro e considerado de transição entre o ambiente marinho e o terrestre, típica desembocaduras de rios, possuindo, por isso, solo lamacento e salobro, onde crescem plantas adaptadas a essa condição, possuindo raízes aéreas e folhas capazes de expelir o excesso de sal. Possui uma vegetação adaptada ao ambiente lacustre e as diferenças de marés. Além disso, possui grande riqueza biológica por ser berço de diversas espécies aquáticas.
- Restingas: assim como o mangue, é um ecossistema costeiro e está associado ao bioma da Mata Atlântica. Sua vegetação é adaptada ao solo arenoso, aos ventos e à água do mar. É formada por estratos herbáceo, arbustivo e arbóreo que protegem o litoral das marés e das ondas, além de fixar as dunas. Nas restingas há a presença de flora e fauna endêmicas.
- Campo de Altitude - vegetação típica de ambientes montano e alto-montano (altitudes superiores a 1.500-2.000 metros), com estrutura arbustiva e/ou herbácea, que ocorre geralmente nos cumes litólicos das serras com altitudes elevadas, predominando em clima subtropical ou temperado.Tipicamente são observadas grandes extensões de rochas expostas e vegetação rasteira, sobretudo gramíneas, líquens e pequenos arbustos.
- Brejos Interioranos: mancha de floresta que ocorre no nordeste do País, em elevações e platôs onde ventos úmidos condensam o excesso de vapor e criam um ambiente de maior umidade. São também conhecidos como Brejos de Altitude e ocorrem na região nordeste do país e são remanescentes de conectividade passada entre Mata Atlântica e Amazônia. Trata-se de formações de elevada e ainda desconhecida biodiversidade, representando ilhas de umidade em meio a formações áridas.
Figura 104 - Distribuição de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção na Mata Atlântica
Referências
Manual Técnico da Vegetação Brasileira - https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=263011
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente, 1992. Disponível em: http://conama.mma.gov.br/ct-florestas-e-demais-formacoes-vegetacionais
Tipologias florestais. Sistema Nacional de Informações Florestais. publicado em: 11/02/2020. Disponível em: https://snif.florestal.gov.br/pt-br/conhecendo-sobre-florestas/ 168-tipologias-florestais
No Dia Estadual da Floresta de Restinga, Iema ressalta a importância da preservação do bioma. Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - IEMA/ES. Disponível em: https://iema.es.gov.br/Not%C3%ADcia/no-dia-estadual-da-floresta-de-restinga-iema-ressalta-a-importancia-da-preservacao-do-bioma#:~:text=A%20restinga%20%C3%A9%20um%20ecossistema,ambiental%20e%20prote%C3%A7%C3%A3o%20das%20praias.
O ecossistema Manguezal. Portal de Ecologia Aquática. Departamento de Ecologia/ USP. Disponível em: http://ecologia.ib.usp.br/portal/index.php?option=com_content&view= article&id=70&Itemid=409#:~:text=O%20manguezal%20%C3%A9%20considerado%20um,outros%20componentes%20vegetais%20e%20animais.
ROSS, J. L. S. (org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2003.
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