Fundação da Escola de Minas de Ouro Preto

12/10/1876View on timeline

Resumo

O mineralogista francês Claude-Henri Gorceix fundou a Escola de Minas de Ouro Preto, com o apoio do Imperador D. Pedro II, voltada ao ensino de Mineralogia, Geologia, Física e Química.

Sugestão para o professor

O professor pode trabalhar com a percepção, generalizada até bem pouco tempo na sociedade brasileira, de que natureza seria um recurso infinito. 

Detalhamento da linha do tempo do estudante

Nem sempre o investimento em ciência no Brasil obedeceu a critérios eminentemente pragmáticos. Houve momentos em que o interesse na chamada "ciência pura" suplantou até mesmo a necessidade de cortes orçamentários em contextos econômicos adversos. Nas palavras de Carvalho (2010, p. 172), "a economia brasileira de 1875 não pedia engenheiros de minas, metalurgistas e geólogos. Estávamos em pleno ciclo cafeeiro. Os técnicos exigidos por essa economia eram engenheiros civis construtores de estradas de ferro e diretores de obras públicas, engenheiros agrônomos e, pode-se acrescentar, engenheiros sanitaristas para debelar a peste e a febre amarela que dificultavam a vinda de imigrantes". Apesar disso, houve a criação da Escola de Minas de Ouro Preto. Nascida da convicção pessoal de D. Pedro II em desenvolver no Brasil o estudo e exploração mineral, a Escola de Minas de Ouro Preto foi idealizada pelo mineralogista francês Caude-Henri Gorceix. Ele criticava o desconhecimento então existente sobre as riquezas minerais brasileiras, principalmente em relação às "montanhas de minérios de ferro de excelente qualidade" localizadas em Minas Gerais. Para ele, o Vale do rio Doce reunia as condições ideais para o desenvolvimento da indústria metalúrgica: matas para a produção de carvão mineral, água para gerar força hidráulica e minério de ferro (Espindola, 2016, p. 205-6). No início do século XX, essa percepção ganhou raízes na mentalidade das elites mineiras. Nelson Coelho de Senna, um de seus principais representantes, afirmou em 1906 que "o ferro na bacia do Rio Doce, como em todo o Estado de Minas, é em tão grande quantidade que por muitas gerações com ele abasteceremos o mundo inteiro, uma vez que lá se montem usinas metalúrgicas. Montanhas de ferro a céu aberto ali esperam a grande indústria siderúrgica do futuro" (apud Espindola, 2016, p. 208-9). A Escola de Minas de Ouro Preto formou a primeira geração de geólogos brasileiros e, entre seus egressos, contam-se diversas personalidades relevantes para a história do Brasil, tais como o presidente Getúlio Vargas e o médico sanitarista Carlos Chagas.

Referências

CARVALHO, José Murilo de. A escola de Minas de Ouro Preto: o peso da glória [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2010.

ESPINDOLA, H. S. Território, fronteira e natureza no Vale do Rio Doce. In: In: FRANCO, José Luiz de Andrade; SILVA, Sandro Dutra e; DRUMMOND, José Augusto; TAVARES, Giovana Galvão (orgs.). História ambiental: Territórios, fronteiras e biodiversidade - Volume 2. Rio de Janeiro: Garamond, 2016, p. 201-235.

Conexão

Criação da Comissão Geográfica e Geológica (CGG)

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Published in 16/07/2023

Updated in 26/07/2023

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