Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz - NOPH
Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz - NOPH
Texto por Bruno Cruz
A concepção e fundação do NOPH teve Sinvaldo Nascimento Souza (professor, museólogo e historiador) como pioneiro. O projeto foi inspirado no Centro de Orientação e Pesquisa Histórica de Porto Alegre, conhecido como COPH.
As reuniões inaugurais aconteciam na residência do professor Sinvaldo, com a presença da professora de história Maria Elisabeth Souza, sua esposa, Márcio Antônio de Azevedo e Jorge Iriarte Kaiser, professor de história. Simultaneamente, desenvolvia-se um movimento para criar a Casa da Cultura de Santa Cruz, cujo grupo reunia-se em um imóvel antigo próximo ao que viria a ser a Faculdade Machado de Assis.
A participação inicial de Sinvaldo na Casa da Cultura visava a restauração do prédio que hoje abriga o Centro Cultural Municipal de Santa Cruz Doutor Antônio Nicolau Jorge. Nesse contexto, grupos dedicados à fotografia, arte, música, artesanato e à História foram formados. A maioria dos participantes era simpatizante do brizolismo, em sintonia com o retorno de Leonel Brizola e sua eleição, junto com seus apoiadores de Santa Cruz, para deputado e vereador.
Diante disso, Sinvaldo, como idealizador e principal articulador pelo Núcleo de História, optou por desvincular-se do grupo e buscar um caminho independente.
Com a credibilidade conquistada em atividades realizadas na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Sinvaldo obteve autorização dos padres Guilherme Decaminada e Luciano Dal Zoppo para utilizar duas salas, onde o NOPH passou a realizar suas reuniões.
Foram convidados Antônio Nicolau Jorge, Benedito Freitas, José Francisco Tofani e outros para a reunião inaugural do NOPH. A escolha do doutor Antônio Nicolau Jorge como coordenador também foi feita por Sinvaldo, percebendo a necessidade de uma projeção mais ampla em Santa Cruz e de uma estabilidade maior para o Núcleo de Pesquisa.
O NOPH iniciou seus trabalhos em 3 de agosto de 1983 (primeira reunião), com diversos objetivos. Entre os principais, destacam-se a divulgação dos eventos históricos de Santa Cruz para a população, a defesa pela preservação e revitalização da Ponte dos Jesuítas, a restauração do Palacete Princesa Isabel e a criação de um Centro Cultural no local.
No início da década de 1990, Walter Priosti juntou-se ao grupo, convidado por José Francisco Tofani para assumir a coordenação de assuntos financeiros. Odalice Priosti, esposa de Walter Priosti, começou a participar ativamente após o Primeiro Encontro Internacional de Ecomuseus, em 1992.
Cabe destacar que o pioneiro elaborou grande parte do primeiro Estatuto, do primeiro regimento interno do NOPH, bem como textos de ofícios, documentos e comunicados.
Em 1992, após participar do I Encontro Internacional de Ecomuseus, o NOPH e os poderes municipais integraram-se para criar o Ecomuseu, o único museu público municipal na Zona Oeste da cidade, oficialmente instituído pela Lei nº 2.354, de 1º de setembro de 1995.
Em relação à coordenação, a primeira diretoria contou com o doutor Antônio Nicolau Jorge como coordenador-geral, Sinvaldo do Nascimento Souza como coordenador de assuntos administrativos, Jorge Kayser como coordenador de assuntos financeiros, Marcio de Azevedo como coordenador de estudos e projetos, e José Francisco Tofani como coordenador de divulgação.
O NOPH é um símbolo duradouro da participação cidadã local e está inserido no movimento crescente de organização de movimentos sociais em Santa Cruz. Onde destaca-se a criação da Associação de Filhos e Amigos de Santa Cruz em 1967, com o objetivo de organizar e sensibilizar os moradores e instituições locais para a celebração do IV centenário do bairro, um grande evento centrado na história e cultura local.
Entre as principais conquistas do NOPH, destacam-se a campanha pela restauração do antigo palacete do Matadouro (atual Palacete Princesa Isabel), a realização do II e do III Encontro Internacional de Ecomuseus nos anos de 2000 e 2004.
Também podemos citar a Jornada de Formação em Museologia Comunitária em 2009, e a articulação junto ao projeto Descubra Santa Cruz RJ para o reconhecimento da história e do bairro como parte integrante das celebrações do bicentenário de Independência do Brasil em 2022, resultando na inclusão do NOPH no guia e roteiro oficial do turismo da cidade pela Lei Nº 7.459, de 12 de julho de 2022.
Atualmente, o Núcleo de Pesquisa Histórica de Santa Cruz está sob a coordenação do Professor e Historiador Bruno Cruz, que lidera uma extensa equipe de voluntários engajados em diferentes setores do NOPH.
Conheça mais:
Institucional NOPH Histórias de Santa Cruz
REFERÊNCIAS
Entrevista cedida pelo professor Sinvaldo do Nascimento Souza ao historiador Guaraci Rosa, no dia 02 de dezembro de 2023.
Jornal do NOPH – Maio/Junho de 2002
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