Chegada dos Jesuítas
A chegada dos Jesuítas
Texto por Keila Gomes
A Companhia de Jesus foi fundada em 1534 por Inácio de Loyola e outros seis padres. Também era conhecida como a Ordem dos Jesuítas. Seu objetivo principal era conter o avanço do protestantismo que ameaçou a hegemonia da igreja católica, além de servir e prestar total obediência ao Papa “perinde ac cadaver” (disciplinada como um cadáver).
Ademais, sua criação se deu pela necessidade de catequização dos povos originários que os países europeus conheceram na sua expansão de poderio econômico, político e social, após as grandes navegações.
Ordem criada a partir do movimento da Contrarreforma e do Concílio de Trento, em 1540 foi reconhecida pela bula papal e chega ao Brasil em 1549, um ano depois da criação do governo geral, sob o comando de Manoel Nóbrega. Para catequizar os indígenas era necessária a aprendizagem do idioma tupi-guarani, além de ensiná-los a língua portuguesa. Um dos nomes mais conhecidos na evangelização brasileira foi o padre José de Anchieta.
Os jesuítas não somente desenvolviam a função de evangelização e catequização dos povos originários, mas também eram responsáveis pela educação promovida aos colonos. Com uma prática educativa rígida, muitas vezes instituída por castigos físicos a palmatória era uma das ferramentas que os padres utilizavam como punição.
A concepção de mundo dos indígenas era completamente diferente da dos europeus recém-chegados e ainda mais dos padres jesuítas. Mesmo com o suposto combate que eles faziam em relação à escravização indígena, houve um aniquilamento significativo das práticas culturais dos povos originários, levado a efeito pelas missões religiosas: aldeamentos de indígenas convertidos pelo cristianismo que auxiliaram na propagação dos ideais católicos e o apaziguamento de rebeliões; inclusive foram decisivos para a expulsão dos franceses em meados do século XVI.
Os jesuítas chegam a Santa Cruz em 1589, após a morte do ouvidor-mor português, Cristóvão Monteiro, que doa as terras para a Companhia de Jesus em troca da promessa de que sua alma seria encomendada pelos padres para um bom fim. A atual avenida Cesário de Melo, antes de ser a Estrada Real de Santa Cruz, era chamada de Caminho dos Jesuítas; a enorme via foi desbravada pelos padres da Companhia de Jesus, junto com a obra arquitetônica da Ponte dos Jesuítas (considerada o mais bem sucedido patrimônio da ordem jesuítica na América do Sul).
REFERÊNCIAS
FREITAS, Benedicto. Santa Cruz, Fazenda Jesuítica, Real, Imperial. Volumes I Edições do Autor. Rio de Janeiro, 1987.
São Paulo: Ática, 1990. COELHO, J. P. Vieira, Padre António
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