Sede Administrativa do Matadouro - Palacete Princesa Isabel
Sede Administrativa do Matadouro - Palacete Princesa Isabel
Texto por Thamires Siqueira
Imponente e representativo do bairro, o Palacete do Matadouro, faz parte da memória e história presente da região de Santa Cruz.
O prédio, inaugurado em 1881 com a presença do Imperador Pedro II, possui aspecto neoclássico e ao seu redor se encontra um jardim projetado pelo francês Marie Glaziou, também responsável por outros jardins da cidade, como os da Quinta da Boa Vista e o do Campo de Santana.
Ele foi inicialmente construído como sede administrativa e financeira do Matadouro Público de Santa Cruz. Funcionou como residência da diretoria e dos médicos que trabalhavam no matadouro. Pouco depois, deu início ao seu viés escolar, ao abrigar em 1886 a Escola Santa Isabel para filhos de funcionários do Matadouro.
Conforme o abatedouro se tornou defasado no início da República, o prédio perdeu a necessidade de suas funções administrativas. Assim, a escola ocupou todo o palacete, somente mudando sua nomenclatura ao longo dos anos: para Escola Estados Unidos, e, depois, Escola Princesa Isabel (que funciona até hoje em um prédio anexo).
Ao receber o nome de Palacete Princesa Isabel, muitas lendas foram criadas sobre o prédio: muitos moradores se confundem ao afirmarem ter sido o estabelecimento a casa da Princesa Isabel, que nunca lá morou. Outros confundem o prédio como tendo sido a sede da Fazenda Real de Santa Cruz, que é na verdade o atual Batalhão Villagran Cabrita, que era tido como casa de veraneio da Família Real.
Atualmente, o prédio permanece com seu olhar educacional e cultural, ao atuar como um centro cultural, no qual funcionam uma biblioteca, diversos cursos gratuitos para a comunidade (como música e dança), e como sede do Núcleo de orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz- NOPH, e com exposições.
Ao se tornar um símbolo histórico para o bairro, foram importantes as lutas para a manutenção e preservação do prédio (que já pegou fogo duas vezes). Assim, desde 1984, o prédio é tombado como patrimônio cultural da cidade do Rio de Janeiro, pelo Decreto Municipal n° 4.538, por suas características arquitetônicas e importância histórica.
Conheça mais:
REFERÊNCIAS
ENGEMANN, Carlos. Santa Cruz: de legado dos jesuítas à pérola da coroa. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013.
FREITAS, Benedicto. Santa Cruz: fazenda jesuítica, real, imperial. Rio de Janeiro: Folha Carioca, 1985.
NOPH. Consulta às caixas-arquivo do Palacete Princesa Isabel.
SIQUEIRA, Thamires de Assis Alves. Cultura para quem? Reflexões sobre políticas públicas e direitos culturais na Zona Oeste carioca. 2021. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Museologia) - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.
RIO DE JANEIRO (Município). Decreto municipal n° 4.538. Determina o tombamento do exemplar arquitetônico que menciona. Câmara Municipal do Rio de Janeiro, 1984. Disponível em: https://www.rio.rj.gov.br/web/arquivogeral/decretos-municipais-do-rio.
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