Itaguaí
Itaguaí e sua grande História
Texto por Guaraci Rosa
Os primeiros passos na exploração do atual território do Município de Itaguaí ocorreram durante meados do século XVII. Conforme relato do Monsenhor Pizarro, o processo de colonização tem suas raízes no período em que os nativos da Ilha do Jaguaramenom (atual Jaguanum), atraídos pelo Governador Martim de Sá, migraram para uma ilha ao sul, conhecida como Piaçavera, atualmente chamada de Itacuruçá. A partir desse ponto, os indígenas posteriormente se deslocaram para o continente, estabelecendo-se nas terras situadas entre os rios Itinguçu e Itaguaí, batizando a região de Itinga.
Ao norte do Rio Itaguaí, ergueu-se uma aldeia que os jesuítas agraciaram com uma majestosa igreja. As raízes dessa empreitada remontam a junho de 1688, quando as atividades efetivas desse grupo se desdobraram. Em um capítulo posterior, os jesuítas dirigiram-se à Fazenda Santa Cruz, levando consigo os moradores da aldeia. Nesse novo cenário, teve início, em 1718, a construção de um templo a São Francisco Xavier, uma empreitada que terminou em 1729. Essa mesma igreja permanece até os dias atuais como a matriz de Itaguaí.
A reviravolta ocorrida em 1759, com a expulsão dos jesuítas por ordem do Marquês de Pombal, lançou um desafio sobre a aldeia. Toda a estrutura de organização feita pelos jesuítas aos poucos desapareceu; contudo, a comunidade resistiu. Em 1795, o status de paróquia foi atribuído a Itaguaí.
A vocação econômica preponderante na área costeira, incluindo Itaguaí, orbitava em torno da plantação de cana-de-açúcar. Os solos férteis sustentaram uma vida rural e comercial durante o século XIX.
O marco de vila chegou para Itaguaí em 5 de julho de 1818, conferindo-lhe o nome de Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí. Paralelamente a essa trajetória, persistia a luta contra a malária, um desafio que ecoava desde os primeiros dias de sua fundação. A jurisdição da vila incluía a Freguesia de Marapicu, o Ribeirão das Lajes e a Freguesia de Mangaratiba.
Durante um período, Santa Cruz fazia parte de Itaguaí, porém, em 30 de dezembro de 1833, seguiu seu próprio rumo, tornando-se parte integrante da Corte. Em 1834, é incorporado ao Município Neutro, atual cidade do Rio de Janeiro.
Em 1910 a ferrovia chegou a Itaguaí. A economia se transformou, turistas frequentavam as praias da cidade, especialmente Coroa Grande.
No ano de 1939, as primeiras correntes de imigrantes japoneses aportaram em Itaguaí, provindos do estado de São Paulo. Contribuíram de maneira inestimável para o progresso agrícola da região, juntando conhecimento e dedicação. O pós-Segunda Guerra Mundial, em 1946, trouxe consigo uma nova leva de imigrantes à cidade.
No século XXI surgiram grandes mudanças em Itaguaí, notadamente com o estabelecimento da Companhia Siderúrgica do Atlântico (Ternium - CSN) e a concretização do Porto de Sepetiba, atual Porto de Itaguaí. Essas iniciativas industriais catalisaram a economia local, gerando empregos e atraindo migrantes de todos os lugares do Brasil.
A narrativa de Itaguaí é uma história de resiliência que atravessa os séculos. Suas raízes indígenas, influências coloniais, ciclos econômicos e a força do desenvolvimento industrial convergiram para moldar uma identidade singular, compartilhada por todos os que ali residem. Enquanto Itaguaí traça seu caminho em direção ao futuro, a cidade carrega consigo o legado de seu passado, uma história que continua sendo feita pelas novas gerações.
REFERÊNCIAS
ACHE TUDO E REGIÃO. Home, [20–?]. Disponível em: https://www.achetudoeregiao.com.br/. Acesso em: 9 ago. 2023
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Cidades e estados do Brasil, [202-]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/. Acesso em: 9 ago. 2023
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