Marcos Imperiais
Marcos Imperiais
Texto por Guaraci Rosa
Os marcos instalados na antiga Estrada Real de Santa Cruz sempre foram alvo de curiosidade para a população suburbana. Erguidos entre 1826 e 1827, esses marcos tinham o objetivo de orientar os viajantes durante o século XIX. Todos foram construídos em pedra e possuem a forma de um "fradinho", com um número sequencial que aumentava à medida que indicavam o percurso até chegar ao final.
O marco I situava-se no Largo da Cancela, na Quinta da Boa Vista, enquanto o Marco XI assinalava o fim da jornada no bairro de Santa Cruz. Dos inúmeros marcos que foram originalmente instalados, apenas cinco resistem até os dias atuais, todos localizados na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. São eles:
- - Marco VI: Localizado na Avenida Santa Cruz, 3408, Padre Miguel.
- - Marco VII: Encontra-se na Avenida Santa Cruz, 8670, Santíssimo.
- - Marco IX: Situa-se na Avenida Cesário de Melo, 6460, Inhoaíba.
- - Marco X: Encontra-se na Avenida Cesário de Melo, 11.366, Paciência.
- - Marco XI: Localizado na Rua Felipe Cardoso, 465, Santa Cruz.
Estes marcos imperiais são portadores não apenas da história da antiga Estrada Real de Santa Cruz, mas também da rica memória das viagens e trajetos percorridos pelos viajantes do século XIX. Muitas dessas histórias são relatadas em jornais antigos. A distância entre um marco e outro era de aproximadamente uma légua, o que corresponde a cerca de 6 quilômetros. No entanto, é possível notar imprecisão nas medições coloniais e imperiais, algo comum na época.
Atualmente, apenas cinco marcos permanecem. Eles foram tombados em março de 1993 pelo então prefeito César Maia. O mais bem preservado de todos é o Marco XI, apesar de sofrer depredações e pichações. Está localizado no centro de Santa Cruz, na rua Felipe Cardoso, no largo que leva seu nome, na esquina com a avenida Isabel.
É extremamente importante preservar esses marcos, pois são as únicas referências restantes da Estrada Real. Sua importância histórica é imensa, e sua preservação deve ser constante, tanto por parte da prefeitura, através de seus órgãos, quanto pela população em geral.
Decreto nº 11.970 de 17/03/1993
REFERÊNCIAS
FREITAS, Benedicto. Santa Cruz: Fazenda jesuítica, real e imperial. Volume I. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 1985.
RODRIGUES, Renan. Caminho Imperial: de rota história a símbolo do esquecimento. O Globo [on-line], set. 2018. https://oglobo.globo.com/rio/caminho-imperial-de-rota-historica-simbolo-do-esquecimento-23057639. Acesso em: 10 ago. 2023
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