Belle Époque
Residências, solares, sobrados em estilo eclético – Belle Époque
Texto por Thamires Siqueira
Devido à presença real e imperial nas terras santa-cruzenses, a arquitetura local refletiu essa influência em diversos aspectos sociais e culturais deste território. Igualmente, as relações com sua infraestrutura, em que as construções precisaram se adaptar para receber as novas necessidades que a região apresentava para receber seus novos moradores.
Com o passar dos anos e com a necessidade de se igualar aos outros países e seguir as influências europeias, Santa Cruz sofreu influência da Belle Époque, um movimento de origem francesa que consistia na urbanização, modernização e embelezamento da cidade, ocorrido no Brasil entre o começo do século XX até 1920, sendo seu marco inicial a Proclamação da República e terminando com a Semana de Arte Moderna de 1922.
Essa influência francesa recaiu sobre todo o País, principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro (que era a capital federal na época). Representava todas as primeiras mudanças, em diversos aspectos, como a moda e principalmente na arquitetura, sendo o Rio considerado a “Paris tropical”, por seus grandes jardins.
Alguns outros exemplos da época são as reformas do prefeito Pereira Passos e o seu bota-abaixo, a construção da Avenida Central (atual Rio Branco), e com os prédios do Teatro Municipal e Belas Artes, assim como as mansões em Botafogo, Gávea, Jardim Botânico e Laranjeiras.
Com a criação de edifícios elegantes e permanentes, uma de suas características era a presença do estilo art nouveau, com suas curvas que recriavam a magia e singularidade da natureza, em construções extravagantes e românticas, utilizando de ferro fundido, vidro e aço, representando suas riquezas, além das construções que misturavam diversas influências europeias, apresentando um estilo eclético.
Dentre essas construções históricas presentes no bairro de Santa Cruz, encontra-se a residência de Júlio Cesário de Melo, uma casa que pertenceu ao senador pelo antigo Distrito Federal, e que atualmente é a sede do SerCidadão, uma ONG em que se realizam eventos, projetos socioeducativos e cursos profissionalizantes gratuitos para toda a comunidade.
Outros exemplares são o Solar dos Araújos, um palacete de 1895 que se encontra preservado e tombado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, as Lojas Tofani e outras residências que permanecem com sua estrutura preservada.
Estas construções históricas se identificam e fazem parte das APACS - Área de Proteção do Ambiente Cultural, que são políticas públicas que tem como objetivo a preservação da memória e do patrimônio cultural presentes no território e que, assim, protegem os conjuntos arquitetônicos santa-cruzenses, que foram intitulados APACS em 1993.
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REFERÊNCIAS
A BELLE Époque e o "Bota Abaixo" no Rio de Janeiro. Rio Memórias, [20–?]. Disponível em: https://riomemorias.com.br/memoria/a-belle-epoque-e-o-bota-abaixo/. Acesso em: 26 jul. 2023.
GIRON, Luís Antônio. A Belle Époque do Rio. ISTOÉ, out. 2019. Disponível em: https://istoe.com.br/a-belle-epoque-do-rio/. Acesso em: 26 jul. 2023.
RIO DE JANEIRO (Município). Prefeitura do Rio de Janeiro. Áreas de Proteção do Ambiente Cultural (APAC). RJ.GOV, [20–?]. Disponível em: http://www0.rio.rj.gov.br/patrimonio/apac.shtm. Acesso em: 26 jul. 2023.
SEMANA DE HISTÓRIA UFES, 11. 2017, Espírito Santo. LIMA, Natália Dias de Casado. A Belle Époque e seus reflexos no Brasil. Anais [...] Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), 2017. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/semanadehistoria/article/view/23114 Acesso em: 26 jul. 2023.
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