Olhar de um Alemão para a Mata Atlântica
Resumo
Em 4 de agosto de 1815, o naturalista alemão Maximiliano de Wied-Neuwied começou uma grande expedição científica pelo Brasil, fundamental para o conhecimento que temos hoje sobre a Mata Atlântica.
Sugestões para o professor
Sugestões de leitura
- Versão traduzida de “Viagem ao Brasil”. Disponível em: https://bdor.sibi.ufrj.br/bitstream/doc/437/1/GF%2001%20PDF%20-%20OCR%20-%20RED.pdf
- Ciência Hoje das Crianças (CHC) – O Príncipe e o Ferreiro. Disponível em: https://chc.org.br/coluna/o-principe-e-o-ferreiro/
- Bocaina Biologia e Conservação - Maximilian Wied-Neuwied. Disponível em: https://biologiadaconservacao.com.br/serienaturalistas-wied-neuwied
- Estado de Minas – Depois de quase 200 anos, índio botocudo volta para casa. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2011/05/09/interna_tecnologia,226279/depois-de-quase-200-anos-indio-botocudo-volta-para-casa.shtml
- Soffiati - O bicentenário da expedição científica de Maximiliano de Wied-Neuwied. Disponível em:
http://www.robertomoraes.com.br/2015/09/soffiati-fala-sobre-o-bicentenario-da.html%20(1/6)
http://www.robertomoraes.com.br/2015/09/o-bicentenario-da-expedicao-cientifica.html%20(2/6)
http://www.robertomoraes.com.br/2015/09/o-bicentenario-da-expedicao-cientifica_7.html%20(3/6)
http://www.robertomoraes.com.br/2015/09/o-bicentenario-da-expedicao-cientifica_9.html%20(4/6)
http://www.robertomoraes.com.br/2015/09/o-bicentenario-da-expedicao-cientifica_11.html%20(5/6)
http://www.robertomoraes.com.br/2015/09/o-bicentenario-da-expedicao-cientifica_15.html%20(6/6)
Sugestões de vídeos
- Instituto Últimos Refúgios – Redescobrindo a Mata Atlântica - https://www.youtube.com/watch?v=TjYAwYJJoy4
- Tanto Design – Entre Montanhas e Muriquis:
https://www.youtube.com/watch?v=7SFmgnaWgB8
https://www.youtube.com/watch?v=INmCp8bGpqQ
https://www.youtube.com/watch?v=5100AKN1Si8
Detalhamento da linha do tempo do estudante
“Viagem ao Brasil”: o príncipe e o macaco
No início do século XIX, com a mudança da corte real portuguesa para o Brasil, finalmente foi permitida a abertura dos portos às nações amigas. Ou seja, passou a ser permitido que navios de outras nações desembarcassem no Brasil. Imediatamente, pesquisadores de diversos países vieram conferir com os próprios olhos aquela diversidade que só conheciam por escritos, muitas vezes superficiais ou até fantasiosos. Um dos principais curiosos que aqui aportou foi o príncipe Maximilian Phiplipp Wied-Neuwied (1782 – 1867), nascido em um principado pertencente à Alemanha.
O príncipe aportou no Brasil em 1815 e deu início a uma expedição que entraria para a história não apenas da Mata Atlântica, mas do Brasil. Não estava sozinho, pelo contrário, em seu trajeto pode contar outros 10 acompanhantes, entre eles caçadores e outros naturalistas, como Georg Wilhelm Freyreiss e Friedrich Sellow. Maximilian e seu bando percorreram a pé, com auxílio de bestas de carga, um trajeto majoritariamente de Mata Atlântica, saindo do Rio de Janeiro, passando pelo Espírito Santo, Bahia e divisa com Minas Gerais. Durante o caminho, foram realizadas descrições textuais, desenhos e pinturas para documentar de tudo: paisagens, flora, fauna e aspectos etnográficos sobre povos nativos, sobretudo os Botocudos e Puris. Nada passava desaparecido pelo príncipe, desde as paisagens da costa avistadas ainda no navio antes de atracar, árvores arranhando os céus repletas de bromélias e orquídeas, rãs, serpentes e aves... muitas aves!
Figura 47 - Família de Botocudos atravessando o rio
Outro grupo animal que causou grande admiração em Maximilian foi o dos macacos. Ao longo de sua obra, o príncipe descreve suas cores, vozes, comportamento e até dieta. Um desses macacos foi o muriqui, também conhecido como mono ou monocarvoeiro. São conhecidas apenas duas espécies de muriquis para o planeta, ambas habitantes da Mata Atlântica brasileira: o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxhanthus), que ocorre nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia; e o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), que ocorre nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Maximilian foi o primeiro a reportar oficialmente o muriqui-do-norte à comunidade científica. Trata-se da maior espécie de macaco das Américas, podendo atingir até 1,5 metros de comprimento, peso de 15 kg e 30 anos de vida. Hoje, restam somente cerca de 1.000 indivíduos de muriqui-do-norte na natureza e a espécie se encontra, infelizmente, criticamente ameaçada de extinção.
Figura 48 - Monocarvoeiro
Figura 49 - Muriqui-do-norte (Brachyteles arachnoides)
Atualmente, o muriqui representa um dos maiores símbolos da Mata Atlântica e sua importância vai muito além da própria conservação. Devido à sua elevada exigência em relação à qualidade ambiental, necessitando de florestas amplas e bem preservadas, o muriqui vem sendo considerado uma espécie guarda-chuva. Ou seja, a conservação do muriqui garante a preservação de extensos fragmentos de mata e, com eles, também passam a ser preservadas diversas outras espécies.
Referências
Versão traduzida de “Viagem ao Brasil” - https://bdor.sibi.ufrj.br/bitstream/doc/437/1/GF%2001%20PDF%20-%20OCR%20-%20RED.pdf
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