Início da construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas

1903View on timeline

Resumo

É iniciada a construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) que, partindo do porto de Vitória, penetrou a selva margeando o rio Doce até atingir a cidade de Itabira, em Minas Gerais, em 1942.

Sugestão para o professor

Explorar o processo tardio de ocupação da bacia do rio Doce (início do século XIX), e que, diferentemente de outros rios do mesmo porte, como o São Francisco por exemplo, "não cumpriu nem auxiliou no processo de penetração e ocupação dos sertões. No lugar de contribuir para a integração nacional, o rio Doce serviu mais de obstáculo e limite, inclusive por razões de salubridade" (ESPINDOLA, 2016, p. 14). Com o avanço da ferrovia e abertura das estradas de rodagem, os colonos se estabeleceram nos terrenos de mata, explorando a venda da madeira de lei para fabricação de dormentes, lenha e carvão vegetal. Depois veio a abertura das lavouras de café e, com o esgotamento dos solos, a pecuária bovina extensiva. Entre 1925 e 1944, aproveitando as oportunidades oferecidas pela ferrovia, água, minério e matas, se implantou o parque siderúrgico movido a carvão vegetal, além de dezenas de fábricas de ferro gusa.

Detalhamento da linha do tempo do estudante

O objetivo dessa estrada de ferro era estabelecer a ligação entre a região mineira produtora de ferro e o oceano Atlântico, a fim de escoar o mineral pelo porto mais próximo - Vitória, no Espírito Santo. No entanto, como uma típica "ferrovia de penetração", seu traçado buscou promover a ocupação demográfica e econômica de uma região com população até então bastante rarefeita. De fato, a ferrovia chegou às margens do rio Doce em 1906 impulsionando o núcleo urbano de Colatina, que recebia a frente pioneira do café vinda da região serrana de Santa Teresa e arredores. Em toda zona florestal do lado mineiro da bacia do rio Doce, o Censo de 1920 registrou um crescimento populacional de 467% em relação ao Censo de 1900.

Figura 60 - Mapa da hidrografia da bacia do Rio Doce.

Fonte: https://rigeo.cprm.gov.br/bitstream/doc/17402/1/evento_bacia_rio_doce.pdf. CPRM. Ministério das Minas e Energia.  

Figura 61 - Áreas de monitoramento no Rio Doce.

Fonte: Programa de Monitoramento Quali-quantitativo Sistemático de Água e Sedimento (PMQQS). Disponível em: https://monitoramentoriodoce.org/.   

Referências

ESPINDOLA, H. S. O Rio Doce e a emancipação da economia nacional (Brasil). Historia Ambiental Latinoamericana Y Caribeña (HALAC). Revista De La Solcha, 2016, v. 5, n. 1, p. 10–27. Disponível em: https://www.halacsolcha.org/index.php/halac/article/view/217 

ESPINDOLA, H. S. Território, fronteira e natureza no Vale do Rio Doce. In: In: FRANCO, José Luiz de Andrade; SILVA, Sandro Dutra e; DRUMMOND, José Augusto; TAVARES, Giovana Galvão (orgs.). História ambiental: Territórios, fronteiras e biodiversidade - Volume 2. Rio de Janeiro: Garamond, 2016, p. 201-235.

Conexão

Projeto de criação de Hortos Florestais ao longo das ferrovias

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Published in 16/07/2023

Updated in 25/07/2023

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