Conferência de Estocolmo - Visão brasileira
Resumo
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (ou Conferência de Estocolmo, Suécia). Primeiro grande encontro mundial de chefes de Estado, organizado pela ONU, para tratar da degradação do meio ambiente.
Detalhamento da linha do tempo do estudante
A Conferência de Estocolmo foi a primeira grande reunião internacional voltada para o meio ambiente, considerada um marco histórico decisivo para o surgimento de políticas mundiais de gestão ambiental. Sua realização foi motivada por graves acidentes ambientais ocorridos ao longo das décadas anteriores, tais como o smog londrino (o “Grande Nevoeiro” ocorrido em Londres, em 1952, em decorrência da concentração de poluentes atmosféricos, em razão da queima de carvão, tendo provocado a morte de cerca de 12 mil pessoas em apenas quatro dias) e a contaminação por mercúrio na baía de Minamata, Japão, que em 1956 provocou a morte de centenas de pessoas e animais. Além disso, em 1968 foi publicado o relatório do Clube de Roma - o primeiro diagnóstico a respeito da capacidade do planeta em suportar o crescimento da população mundial (KNIESS et al., 2022).
Os representantes do Brasil nessa Conferência desconfiavam que os países industrializados estavam inventando obstáculos para o crescimento econômico dos países “subdesenvolvidos”. Conforme detalhado por Kniess et al. (2022, p. 416), havia a defesa, por parte do governo brasileiro, “das elevadas taxas de crescimento econômico nesse momento, impulsionadas por investimentos públicos e privados. A construção do polo industrial de Cubatão e das usinas hidrelétricas de Itaipu e Tucuruí e a operação de grandes mineradoras, como a Companhia Vale do Rio Doce, são exemplos de empreendimentos fomentados por esses investimentos”.
Para ilustrar a pouca preocupação ambiental desses representantes, algumas das frases proferidas por eles durante os preparativos para a Conferência foram: "Que venha a poluição, desde que as fábricas venham com ela" e "A pior forma de poluição é a pobreza" (apud DEAN, 1996, p. 307) .
Referências
DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
KNIESS, C. T., et al. 50 anos de Estocolmo’72 e 30 Anos da Rio’92: Reflexões sobre o Brasil Contemporâneo e os Desafios para um Futuro Sustentável. Historia Ambiental Latinoamericana Y Caribeña (HALAC). Revista De La Solcha, v. 12, n. 3, 2022, p. 406–437. Disponível em: https://doi.org/10.32991/2237-2717.2022v12i3.p406-437.
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