Promulgação da Lei Eusébio de Queiroz
Resumo
Com a promulgação da Lei Eusébio de Queiroz, os grandes produtores de café passaram a investir em novas tecnologias
Detalhamento da linha do tempo do estudante
A Lei Eusébio de Queiroz, promulgada em 4 de setembro de 1850, encerrou definitivamente o tráfico transatlântico de cativos. A lei estabelecia duras penas para os navios brasileiros que fossem surpreendidos traficando pessoas, sendo que a maior pressão para essa fiscalização vinha da Inglaterra, nosso maior “parceiro” comercial. Em consequência disso, o número de escravos começou a diminuir e seu preço subiu consideravelmente. Para que a produtividade da lavoura não fosse prejudicada, os chamados "barões" do cáfe do Vale do Paraíba intensificaram o comércio interprovincial de cativos. Ainda assim, como a reposição de braços escravizados mostrava-se muito cara e, como as péssimas condições de vida dessas pessoas inviabilizavam a reprodução sistemática desses trabalhadores, a estratégia de parte dos fazendeiros foi investir em novas máquinas que pudessem poupar a mão de obra cativa nas etapas de beneficiamento (secagem dos grãos, separação da polpa e do pergaminho etc.) e concentrá-la em áreas mais carentes, como o plantio e a colheita. Por outro lado, boa parte dos capitais desviados do tráfico foram direcionados para o incremento de atividades comerciais e manufatureiras, para o desenvolvimento de transportes (especialmente, de ferrovias para o transporte do café) e até para a especulação financeira, promovendo um primeiro surto de urbanização no Brasil.
Referências
ARIAS NETO, José Miguel. Primeira República: economia cafeeira, urbanização e industrialização. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O tempo do liberalismo oligárquico: da Proclamação da República à Revolução de 1930 – Primeira República (1889-1930). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
TEÓFILO, Leandro Ramos. Um fio de água na serra me encanta mais que o mar: o Vale do Paraíba fluminense e as transformações espaciais cafeeiras – 1800 – 1888. Dissertação de Mestrado, UERJ, 2011, disponível em http://sbicafe.ufv.br/handle/123456789/12124
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